Delegado Arthur Nobre se apresenta à Corregedoria da Polícia Civil após ter prisão decretada pela Justiça

A investigação revelou a participação de Nobre em um esquema de corrupção, no qual o delegado teria recebido R$ 150 mil reais para favorecer a manutenção de uma rede criminosa e proteger seus membros.

Na noite desta sexta-feira (18), o delegado da Polícia Civil do Pará, Arthur Nobre, se entregou à Corregedoria da Polícia Civil após ter sua prisão preventiva decretada pelo juiz Heyder Ferreira, da Vara de Inquéritos. A decisão foi baseada em uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Pará, em conjunto com a 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém. A investigação apura os crimes de associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

A prisão preventiva de Nobre foi decretada na última segunda-feira (14), junto à de Andreza Maia de Souza, também envolvida no esquema, além da realização de buscas e apreensões pessoais e domiciliares contra os investigados. O Procedimento Investigatório Criminal nº 06.2024.00000065-7 revelou a participação de Nobre em um esquema de corrupção, no qual o delegado teria recebido R$ 150 mil reais para favorecer a manutenção de uma rede criminosa e proteger seus membros.

De acordo com o Ministério Público, o valor foi transferido pelo ex-cartorário Diego Almeida Kós Miranda, diretamente da conta de sua empresa, Atitude Incorporadora Ltda, e de sua conta pessoal para Andreza Maia de Souza, supostamente indicada pelo delegado Arthur Nobre. As investigações também apontam a participação de outro delegado, Carlos Daniel F. de Castro, que teria auxiliado Arthur Nobre nas ações para beneficiar Diego Kós Miranda.

Além disso, as apurações indicam o possível envolvimento de um membro do Ministério Público no esquema. Em uma conversa captada entre o advogado Silvio Kós Miranda e seu filho, Diego Kós Miranda, foi mencionado que uma pessoa dentro do Ministério Público estaria sendo cooptada para evitar que a investigação chegasse ao GAECO, buscando proteger os envolvidos.

Embora o GAECO tenha inicialmente solicitado o afastamento de Nobre de suas funções, o juiz Heyder Ferreira decidiu pela prisão preventiva, considerando não haver ilegalidade na decretação da medida, conforme os elementos apresentados no processo.

O caso segue sob investigação, com desdobramentos que podem envolver novos alvos e a possível ampliação das apurações sobre a atuação da organização criminosa.

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