Nesta quarta-feira (13), o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, celebra o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, com a oferta de serviços de saúde pública e de entretenimento aos usuários assistidos, que vão desde consultas médicas, passando por exames ambulatórias, reabilitação visual e o treinos de auxílios ópticos com Tecnologia Assistiva, além da Biblioteca Inclusiva que disponibiliza um acervo com 140 livros para a prática de leitura em Braille.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60% a 80% dos casos de cegueira, são evitáveis, então é importante que ocorra a prevenção. É recomendado a consulta periódica com profissional especializado para o diagnóstico precoce de doenças.
Em um dos casos, de acordo com Maria Maeve, oftalmologista do CIIR, durante a gestação, caso a mãe adquira doenças como o zika vírus, rubéola, toxoplasmose ou outras doenças infecciosas, podem ser prejudiciais ao bebê promovendo algumas deficiências visuais.
“O exame identifica alterações do reflexo de luz no fundo do olho, que permite identificar doenças a tempo de serem tratadas. No entanto, isso não quer dizer que o bebê não precise visitar o oftalmologista. Para garantir a saúde ocular da criança, é importante realizar uma consulta até o primeiro aninho de vida”, aconselha.
A profissional cita alguns sintomas que servem de alerta aos pais: “Não reagir a estímulos luminosos; demonstrar aversão à luz; lacrimejar constantemente; manter os olhos sempre fechados; não ter interesse ao que está em sua volta; não demonstrar reação ao ver a mãe; e esbarrar em objetos com frequência”.
Maria Maeve complementa que além da possibilidade de nascer com uma deficiência visual, cegueira ou baixa visão, podem também ser adquiridas ao longo da vida, por intermédio de doenças, como diabetes não controladas. Tem sido muito frequente o diagnóstico de degeneração macular relacionada à idade (DMRI), doença que afeta a área central da retina chamada de mácula e representa a principal causa de cegueira irreversível em pessoas com mais de 50 anos.
Suporte Terapêutico – No CIIR, o treino de Orientação e Mobilidade (O.M) e a habilitação/estimulação visual a crianças de zero a sete anos com diagnóstico fechado de baixa visão e/ou cegueira, proporcionam maior qualidade de vida, autonomia e, principalmente, independência nas atividades do cotidiano.
Segundo Ilma Gabriely Franco, terapeuta ocupacional e condutora das atividades, a habilitação/estimulação visual, por exemplo, tem o objetivo de utilizar a visão residual em que o usuário possui. “Quando a deficiência visual é diagnosticada no primeiro ano de vida e a criança recebe estimulação visual, prontamente, obtêm-se melhores repercussões na deficiência e, consequentemente, em todos os aspectos do desenvolvimento. Com isso, a intervenção precoce promove ações direcionadas para manter e ampliar o desenvolvimento da criança”.
Durante os atendimentos, a família participa ativamente passando a ter consciência das limitações em que a deficiência proporciona e, principalmente, das potencialidades da criança. Esse processo se dá por intermédio da Orientação Parental (O.P).
“A intervenção é realizada por meio de atividades lúdicas, conhecimento de texturas, cheiros e sons, estes que são os sentidos remanescentes estimulados por meio do brincar. A atividade promove ainda um suporte ao usuário para superar as barreiras cotidianas”, pontua.
O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários têm acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
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