O governador Helder Barbalho divulgou nesta segunda-feira (08) um vídeo dirigido aos homens, no qual afirma que o debate sobre a violência contra a mulher não pode mais ser postergado e que todo brasileiro tem responsabilidade direta no enfrentamento ao problema. Na mensagem, ele lembra que mais de mil mulheres foram assassinadas em razão de gênero no país em um único ano e destaca que muitos crimes são cometidos por maridos, namorados e pessoas em quem as vítimas confiavam, classificando a situação como “uma vergonha para todos nós homens” e um “fracasso” coletivo.
Brasil registra milhares de casos e violência atinge milhões de mulheres
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que o Brasil registrou 1.492 vítimas de feminicídio em 2024, média de quatro mulheres mortas por dia em razão de sua condição de gênero, o maior número desde a tipificação do crime. A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, do DataSenado, estima que cerca de 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar no último ano, mostrando a amplitude e persistência do problema.
No vídeo, Helder afirma que, se homens não se abalam com esses dados, não refletem sobre o tema e não conversam com amigos, colegas de trabalho, grupos religiosos ou contatos em aplicativos de mensagem, “se tornam parte do problema”. Ele defende que denunciar agressões e defender mulheres é apenas o mínimo e que é necessário educar meninos para que compreendam, desde cedo, que mulheres têm os mesmos direitos de ser felizes, sentir-se seguras e permanecer vivas.
Pará combina redução de taxas com desafios persistentes
No Pará, levantamentos mostram que o estado figurou entre os que registraram menores taxas de feminicídio em determinados períodos recentes, embora estudos locais apontem oscilações ao longo dos anos e impactos mais fortes sobre mulheres pardas e de baixa renda. Relatórios oficiais também indicam aumento de ocorrências em alguns intervalos, revelando um desafio contínuo para a gestão pública.
Helder afirma que o governo ampliou o orçamento da área, aumentou o número de delegacias especializadas e criou novos instrumentos para facilitar pedidos de ajuda e garantir proteção às vítimas. Segundo ele, essas ações contribuíram para reduzir indicadores em momentos específicos. Ainda assim, o governador ressalta que o Estado não consegue sozinho erradicar um crime que frequentemente ocorre dentro da residência da vítima.
Chamado à responsabilidade dos homens e à mudança cultural
Na parte final da mensagem, Helder defende que todo homem brasileiro trate a violência contra a mulher como algo inadmissível, condenando agressões sem meias palavras e rompendo o silêncio em seus círculos de convivência. Ele afirma que, se o tema permanecer restrito às redes sociais, páginas policiais e notas de repúdio, o quadro tende a se repetir. O governador conclui afirmando que, como pai de uma menina e chefe do Executivo paraense, encara o combate à violência contra a mulher como prioridade prática e que essa agenda precisa ser compartilhada por toda a sociedade para promover prevenção, proteção e mudança cultural.









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