A caminhada realizada neste sábado (06), no centro comercial de Belém, reuniu coletivos feministas, movimentos sociais e apoiadores da campanha do Laço Branco para protestar contra a violência de gênero e o avanço dos feminicídios no Brasil. O ato integrou mobilizações realizadas em diferentes capitais e destacou a necessidade de ampliar políticas de proteção e prevenção.
Recordes nacionais
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o país registrou 1.492 feminicídios em 2024, o maior total desde que o crime foi tipificado. Em 2025, o Observatório da Mulher Contra a Violência contabilizou 718 casos apenas no primeiro semestre, além de altos índices de agressões e denúncias recebidas pelo Ligue 180. Pesquisadoras afirmam que a persistência do machismo estrutural e a baixa efetividade das medidas protetivas explicam parte do cenário.
As organizações que participaram da caminhada ressaltaram que iniciativas educativas continuam enfrentando resistência e que a prevenção ainda não acompanha a escala da violência registrada no país.
Situação no Pará
No Pará, levantamento oficial da Secretaria de Estado de Segurança Pública indica que 50 feminicídios foram consumados em 2024, com redução em relação ao ano anterior e 85 municípios sem registros. Mesmo assim, entidades avaliam que o número continua alto e reflete dificuldades na responsabilização dos agressores e no acesso das vítimas a serviços especializados. As denúncias de violência contra mulheres pelo 180 cresceram mais de 10% no estado no último ano, segundo dados do governo federal.
Coletivos que integraram o ato afirmaram que a participação masculina é essencial para romper ciclos de violência, enfatizando que o silêncio diante de agressões é uma forma de conivência.
Mensagem das ruas
Com faixas pedindo o fim dos feminicídios e defendendo o direito das mulheres à vida, a caminhada convocou a população a denunciar casos de violência pelos números 180 e 190 e a participar das demais mobilizações programadas para o fim de semana. O Laço Branco foi distribuído como símbolo do engajamento dos homens no enfrentamento às agressões.
O recado unificado dos movimentos foi de que o combate ao feminicídio exige políticas contínuas, educação sobre igualdade de gênero e ação conjunta da sociedade para garantir que as mulheres vivam sem violência.










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