O som dos tambores ecoaram pela Green Zone da COP30, na manhã desta terça-feira (11),segundo dia do maior evento sobre mudanças climáticas do mundo, da ONU. Entre cores vibrantes e movimentos ritmados, 12 povos indígenas do Acre chegaram dançando, trazendo consigo a força de suas tradições e uma mensagem clara: não querem que decisões sobre suas vidas e territórios sejam tomadas sem sua voz.
Entre os povos presentes estavam: Nawa Nukini, Puyanawa, Huni-kui, Shawadawa, Shanenawa, Jaminawa-Arara, Apolina-Arara, Machinere, Anshaninka e Apurinã, entre outros. O ritual, ao mesmo tempo cultural e político, foi uma forma de protesto contra soluções que ignoram o direito de decisão dos povos indígenas.
“Estamos aqui e não queremos que ninguém negocie por nós. Não queremos que decisões sobre nossas terras e nossos modos de vida sejam tomadas sem nossa participação. Nossa voz deve ser ouvida em cada política que afeta a Amazônia”, afirmou Eldo Shanenawa, representante do povo Shanenawa.
O protesto mostrou que a preservação da Amazônia depende da participação ativa de seus habitantes originários, lembrando que cultura, autonomia e saberes tradicionais caminham juntos com a defesa ambiental. “Nós sequer temos participação na Blue Zone, onde os políticos tomam decisões sem nos ouvirem”, completou Eldo.
Um momento de resistência, de afirmação cultural e de conexão com a terra: a Amazônia é feita pelas vozes de quem a protege há séculos. “São mais de 30 anos nessa situação, sem nunca nos ouvir. Queremos acabar com isso e, de uma vez sermos ouvidos”, concluiu Eldo Shanenawa, representante do povo Shanenawa.
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