Hélio Gueiros Neto se pronuncia quase 10 anos após morte da esposa Renata Cardim: 'Não houve crime' - Estado do Pará Online

Hélio Gueiros Neto se pronuncia quase 10 anos após morte da esposa Renata Cardim: ‘Não houve crime’

Família da vítima mantém acusação de feminicídio; defesa afirma que laudos oficiais apontam morte natural e vai recorrer da decisão do STJ.

Nesta terça-feira (4), Hélio Gueiros Neto voltou a falar publicamente sobre a morte de sua esposa, Renata Cardim Gueiros, ocorrida em 27 de maio de 2015, em Belém. Após quase uma década do caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu levá-lo a júri popular pela acusação de homicídio contra a companheira, reclassificado pela família como feminicídio. À época, Hélio — neto do ex-governador do Pará — era o principal acusado, e a morte inicialmente foi tratada como natural.

Em publicação nas redes sociais, Hélio afirmou que permaneceu em silêncio confiando que “as provas seriam suficientes” para atestar sua inocência. Ele lançou novos perfis oficiais para tratar exclusivamente do caso.

“Demorei quase dez anos para falar nas redes sociais sobre a morte da minha esposa Renata (…). Hoje, eu decidi lutar abertamente para retomar minha vida e honrar a memória da Renata com a dignidade que ela merece”, escreveu. Segundo ele, as novas páginas terão o objetivo de “esclarecer fatos, responder perguntas e reconstruir a verdade”.

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A família de Renata também se manifestou. Railene Cardim, tia da vítima, publicou um vídeo e documentos que, segundo ela, comprovam que Renata foi vítima de feminicídio. Na legenda, escreveu: “Caso Renata Cardim, vítima de feminicídio em 27.05.2015, na cidade de Belém. O acusado é Hélio Gueiros Neto”.

O caso teve uma reviravolta após a família contratar um perito particular, cujo laudo apontou sinais de sedação e asfixia, caracterizando homicídio. A denúncia do Ministério Público do Pará afirma que Renata teria sido morta enquanto dormia.

A defesa de Hélio sustenta que cinco laudos oficiais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves apontaram causa de morte natural. Os advogados afirmam que vão recorrer da decisão do STJ.

Já para a família de Renata, o julgamento representa avanço após quase dez anos de buscas por justiça. “É cansativo, porém chega uma hora que findam os recursos. A nossa expectativa é bem positiva nesse momento”, disse Railene. Segundo ela, o caso também deve servir de alerta para situações de possível relacionamento abusivo. “Agora sim, a justiça vai ser feita. Antes tarde do que nunca.”

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