Um grupo de indígenas da etnia Munduruku iniciaram uma onda de protestos, na manhã desta segunda-feira (23), em resposta à decisão judicial que determinou o afastamento de dois vereadores eleitos suspeitos de fraude à cota de gênero, em Jacareacanga, sudoeste do Pará. A medida, que retirou Tomaz Waro e Aldilo Kabá do Legislativo municipal, pode atingir outros cinco parlamentares.
A decisão foi recebida como uma afronta pelos povos indígenas da etnia Munduruku, que constituem uma parcela do eleitorado local fundamental para a eleição dos parlamentares afastados. Para os líderes indígenas, a cassação representa não apenas uma perda de representatividade política, mas também um ataque à vontade popular e aos direitos coletivos das comunidades.
As comunidades questionam como candidatos legitimamente eleitos, diplomados e empossados podem ser afastados do cargo após apenas seis meses de mandato, sendo substituídos por nomes que, segundo os próprios indígenas, não possuem a confiança da população e não receberam votos suficientes para se eleger.
Além da quebra da representatividade, os indígenas temem o impacto direto na economia local, já que os parlamentares cassados desempenhavam funções que contribuíam para a geração de renda nas aldeias, por meio das subvenções legislativas.
A Polícia Militar acompanhou o protesto dos indígenas nesta segunda-feira, 23, e continuará monitorando os próximos atos.
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A equipe do EPOL solicitou nota à Prefeitura de Itaituba e aguarda retorno.
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