A última vez em que o Clube do Remo esteve na Série A, o Brasil ainda comemorava o tetra mundial conquistado nos pênaltis contra a Itália. Era 1994, ano que agora volta ao noticiário azulino depois de uma espera de 31 anos, encerrada com a vitória por 3 a 1 sobre o Goiás e a derrota do Criciúma para o Cuiabá, obtendo a combinação que garantiu o acesso.
Naquele mesmo 1994, o Pará vivia outra atmosfera no futebol. O Leão frequentava a elite enquanto a Série A era disputada em formatos distintos dos atuais. Em 2025, o clube fecha a Série B na 4ª colocação, com 62 pontos, 16 vitórias, 14 empates e 8 derrotas, deixando para trás rivais diretos como Criciúma e Goiás.
O Brasil do tetra e o futebol mundial em transformação
No mundo da bola, o país se emocionava com Romário, Bebeto, Dunga e Taffarel. O tetra encerrava um jejum de 24 anos e marcava a Copa dos EUA como a mais assistida da história. Romário, inclusive, seria eleito o melhor jogador do planeta.

Na Europa, nomes que hoje são lendas ainda engatinhavam: Zidane estreava pela seleção francesa, Ronaldo “Fenômeno” dava os primeiros passos na Holanda, e Guardiola ganhava espaço no Barcelona de Cruyff. A Premier League, recém-criada, ainda buscava identidade.
O país mudava de moeda
A economia brasileira vivia um de seus momentos mais marcantes. Em julho, nascia o Plano Real, e o país abandonava de vez a hiperinflação. O real começava valendo um para um com o dólar, algo impensável hoje.

Senado
O Brasil em luto: a perda de Ayrton Senna
O Brasil também enfrentava um trauma nacional: a morte de Ayrton Senna, em 1º de maio, no GP de Ímola, impactou profundamente o esporte e a cultura do país.

O que o Brasil assistia na TV em 1994
Se falarmos de televisão, a audiência se dividia entre “A Viagem”, fenômeno marcado pelo espiritismo e por personagens que se tornaram icônicos, e “Pátria Minha”, novela de Gilberto Braga que dominava a faixa das 20h.

O humor da época vinha de “Sai de Baixo”? Ainda não. O país estava na era de “Escolinha do Professor Raimundo” e “Os Trapalhões”, que dava sinais de encerramento.

O cinema começava uma era de clássicos
Nas telas, 1994 é considerado por muitos críticos um dos melhores anos da história do cinema. Chegavam às salas:
- Forrest Gump,
- Pulp Fiction,
- O Máskara,
- Um Sonho de Liberdade,
- O Rei Leão
Todos lançados no mesmo ano. Era uma safra que moldaria décadas.
Enquanto isso, no Pará, os cinemas exibiam sessões lotadas no Líbero Luxardo e no Olympia, que ainda funcionava.

A cultura pop virava global
A música vivia um ponto de virada. No Brasil, Chico Science e Nação Zumbi despontavam com o manguebeat, enquanto Mamonas Assassinas ainda não existiam. Nos EUA, Nirvana acabava após a morte de Kurt Cobain, marcando o fim do grunge mainstream.
A MTV ditava moda, e o CD reinava absoluto. Falar em streaming era ficção científica.

Tecnologia pré-histórica para os padrões atuais
Quem acompanhava o Remo em 1994 talvez nem imaginasse que, 31 anos depois, um gol do clube seria visto em tempo real por um torcedor no Japão pelo celular, por exemplo. Naquele ano:
- A internet comercial engatinhava;
- O Windows 95 sequer havia sido lançado;
- Não existiam redes sociais;
- Celulares eram raros e usados apenas para ligações.

O torcedor levava radinho para o estádio. E funcionava.
Do passado ao presente: uma volta que parecia impossível
Três décadas depois, o Remo rompe uma barreira que marcou gerações. Com a campanha que colocou o clube na 4ª posição da Série B, superando Criciúma e Goiás na rodada decisiva, o time volta ao cenário onde não aparecia desde o ano do Plano Real, do tetra, de Senna e de Forrest Gump.
A espera acabou. E o mundo que o Filho da Glória e do Triunfo reencontra em 2026 é irreconhecível para quem viveu 1994, um ano que agora vira referência histórica azulina.












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