A missionária Vitória Souza, de Votuporanga, São Paulo, que está de passagem por Belém, virou alvo de críticas após publicar vídeos em que desaprova sorvetes de sabores regionais, considerados ícones da gastronomia paraense. A gravação, feita na Estação das Docas, mostra Vitória experimentando diversos sabores e dizendo, com tom de deboche, que “não é bom”.
A repercussão foi imediata. Páginas locais, grupos de WhatsApp e perfis no Instagram e TikTok reagiram com força, principalmente entre influenciadores do estado. Maryelle Felix, criadora de conteúdo paraense, viralizou ao rebater a missionária com gírias regionais e uma dose de indignação bem-humorada.
“Eu acho ridículo chegar na cultura dos outros e falar mal. Aqui, somos mais rígidos. Somos doidos pelas nossas ‘paradas’. Aí a pessoa vem de ‘suma-suma’ tirar com a cara da gente. Pode não gostar? Pode, mas guarda pra ti. Me dá logo uma raiva”, disparou a influencer, em um vídeo que se espalhou entre os internautas paraenses. Ela ainda destacou que atitudes como a da missionária têm um propósito: engajamento.
O episódio é mais um caso recente de atrito cultural envolvendo Belém. No fim de junho, o repórter manauara Brendo Teixeira também causou polêmica ao criticar duramente a capital paraense, dizendo que a cidade “fede” e é um “canteiro de obras”. A resposta dos paraenses veio à altura: comentários afiados, memes, vídeos de humoristas locais e muita criatividade tomaram conta das redes.
A resposta à missionária seguiu o mesmo tom: mistura de indignação com o orgulho cultural. Os paraenses, mais uma vez, defenderam suas tradições com o tempero que é só deles, seja na culinária ou na resposta afiada.
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