A Câmara dos Deputados derrubou, nesta quarta-feira (8), a Medida Provisória 1.303/2025, que previa aumento de tributos sobre investimentos financeiros, casas de apostas e criptomoedas. O resultado — 251 votos a favor da retirada de pauta e 193 contra — representou uma derrota significativa para o governo Lula, que contava com a medida para reforçar a arrecadação federal.
Com a queda da MP, o governo deixará de arrecadar cerca de R$ 35 bilhões, valor que seria destinado a obras, programas sociais e políticas voltadas à população de baixa renda.
O movimento pela derrubada foi articulado principalmente por partidos do Centrão, como União Brasil e PP, que fecharam questão contra o governo. Siglas como PL, Novo, PSDB-Cidadania e Solidariedade-PRD também orientaram suas bancadas pela rejeição. Já o MDB manteve oficialmente o apoio ao Planalto, embora parte da bancada tenha se ausentado ou divergido na votação.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou o resultado e afirmou nas redes sociais:
“Hoje ficou claro que uma pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados. Não quer pagar impostos como a maioria dos cidadãos. Quem votou para derrubar a MP que taxava os super-ricos votou contra o país e o povo.”
Como votaram os deputados do Pará
Dos 17 deputados federais paraenses, cinco votaram pela derrubada da MP, sete foram contrários à retirada (ou seja, defenderam o texto do governo) e cinco não registraram voto — todos do MDB.
🟩 Votaram contra a derrubada da MP (a favor do governo)
- Airton Faleiro (PT)
- Celso Sabino (União Brasil)
- Dilvanda Faro (PT)
- Henderson Pinto (MDB)
- José Priante (MDB)
- Júnior Ferrari (PSD)
- Keniston Braga (MDB)
🟥 Votaram a favor da derrubada da MP (contra o governo)
- Delegado Éder Mauro (PL)
- Delegado Caveira (PL)
- Joaquim Passarinho (PL)
- Olival Marques (MDB)
- Raimundo Santos (PSD)
⚪ Não registraram voto
- Andreia Siqueira (MDB)
- Antônio Doido (MDB)
- Dra. Alessandra H. (MDB)
- Elcione Barbalho (MDB)
- Renilce Nicodemos (MDB)
Com o resultado, o governo agora busca alternativas para compensar a perda de arrecadação e cumprir as metas do arcabouço fiscal. Uma das medidas estudadas é o congelamento de até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares, segundo o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).
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