TSE julga pedido de cassação do governador do Rio de Janeiro por contratações suspeitas - Estado do Pará Online

TSE julga pedido de cassação do governador do Rio de Janeiro por contratações suspeitas

Ministério Público Eleitoral acusa Cláudio Castro de usar contratações irregulares para favorecer campanha de 2022; governador nega envolvimento

© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga nesta terça-feira (4) o recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) que pede a cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O processo aponta suposto uso de contratações temporárias em órgãos estaduais para financiar e favorecer a campanha de reeleição em 2022.

Segundo a acusação, cerca de 45 mil pessoas teriam sido contratadas sem critérios objetivos pela Fundação Ceperj e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com indícios de favorecimento político e pagamentos em espécie. O MPE alega que os recursos foram utilizados para irrigar a campanha de Castro com dinheiro público, caracterizando abuso de poder econômico e político.

Em maio de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) absolveu o governador e outros réus por quatro votos a três. A maioria dos desembargadores entendeu que, mesmo diante das irregularidades, não ficou comprovado que elas tenham influenciado o resultado das urnas. Castro foi reeleito no primeiro turno, com quase cinco milhões de votos, cerca de 2,6 milhões a mais que o adversário Marcelo Freixo (PSOL).

O relator do caso no TRE-RJ, desembargador Peterson Barroso Simão, foi voto vencido e defendeu a cassação dos mandatos de Castro e do vice, Thiago Pampolha. Peterson afirmou que as contratações foram feitas sem transparência e beneficiaram indevidamente o então candidato, citando até pagamentos a presidiários e servidores fantasmas. A procuradora regional eleitoral Neide Mara Cavalcanti classificou o episódio como “desvio de finalidade” e “uso da máquina pública para fins eleitorais”.

A defesa do governador alega que as fundações envolvidas têm autonomia administrativa e que Castro determinou auditoria e suspensão das contratações assim que tomou conhecimento das denúncias. O advogado Eduardo Damian argumenta que não há provas de que o governador tenha ordenado as admissões e que a ação busca “anular a vontade de quase cinco milhões de eleitores”.

O processo é relatado pela ministra Isabel Galotti e foi incluído na pauta do TSE logo após a Operação Contenção, deflagrada no Rio de Janeiro. O julgamento definirá se o governador e seus aliados permanecem nos cargos ou se haverá nova decisão sobre as acusações de abuso de poder nas eleições de 2022.

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