Teatro Margarida Schivasappa será reaberto ao público com homenagem a Nilson Chaves

Com nova estrutura, equipamentos digitais e acessibilidade, o espaço cultural volta a receber espetáculos de teatro, dança e música.

Foto: Wellyngton Coelho / Divulgação

O Teatro Margarida Schivasappa será reaberto ao público em 15 de dezembro (sexta-feira), com o show “Dança de tudo: uma homenagem a Nilson Chaves”, reunindo mais de 20 intérpretes, entre os quais as cantoras paraenses Andréa Pinheiro, Lia Sophia, Lucinnha Bastos e Nazaré Pereira, e de outros Estados, como Ceumar, Delia Fischer e Lucina. Todos subirão ao palco para reverenciar a obra do cantor e compositor paraense Nilson Chaves.

Situado no Centur, sede da Fundação Cultural do Pará (FCP), em Belém, o Teatro Margarida Schivasappa passou por amplo e moderno processo de renovação durante um ano. Após obras estruturais, aquisição de novos equipamentos e poltronas, o teatro será reaberto com uma programação acessível e solidária, idealizada pela Fundação Cultural para contemplar todas as vertentes artísticas.

O espaço é referência e símbolo da construção e manutenção do processo cultural. “O Teatro Margarida Schivasappa é um templo da música popular e das artes cênicas no Pará, com um histórico admirável de acontecimentos artísticos em quase quatro décadas de existência. É, por exemplo, a casa de espetáculos mais adequada para a música popular, em termos de acústica e equipamentos, e que agora ainda retorna com ampliação no número de assentos e reforma estrutural completa. Trata-se de uma grandiosa casa de fomento e incentivo a nossa cultura paraense. Em relação à homenagem, justifica-se porque o Nilson Chaves é um compositor inteiramente dedicado à cultura do norte do País. É um aglutinador de ritmos e poéticas desta região, com canções que embalam a memória afetiva de diferentes gerações”, destaca o presidente da FCP, Thiago Miranda.

A programação de reabertura do teatro prosseguirá no dia 16 (sábado) com dois espetáculos, para os públicos adulto e infantil. A companhia de teatro Palhaços Trovadores voltará aos palcos com “Musiclown”, enquanto o Grupo Experiência estreará “Belém-Bragança – Os trilhos da esperança”.

No dia 17 (domingo) será realizada uma programação em parceria com o Circuito Norte em Dança e a Cia. Blessed de Artes Cênicas. Sob a curadoria de Igor Marques, serão apresentados quatro espetáculos de dança, com a participação de grupos dos municípios de Belém, Ananindeua, Castanhal e Marituba.

Toda a programação de reabertura do “Margarida Schivasappa” terá acessibilidade e ingressos serão trocados por alimentos não perecíveis, destinados às ações de solidariedade da FCP.

Arte popular – O Teatro Margarida Schivasappa completou 36 anos em 2023. Ao longo dessa história de mais de três décadas, o espaço promoveu projetos de incentivo à cultura, oferecendo pautas gratuitas para músicos, atores e bailarinos, que obtiveram apoio da FCP para a utilização de toda a infraestrutura sem custos, incluindo equipamentos de som, iluminação e apoio de equipe técnico para os espetáculos.

Foto: Divulgação

Pelo palco já passaram companhias de bairros da periferia de Belém, alunos de escolas públicas e particulares, eventos de causas solidárias, grupos do interior, espetáculos de produção independente e outras manifestações artísticas. Também já recebeu artistas reconhecidos do cinema e da dramaturgia, orquestras, grupos de dança, de teatro e de circo.

Modernização – A obra de reestruturação do espaço foi completa. Pisos em madeira deram lugar ao porcelanato; camarins foram modernizados; banheiros ganharam novos revestimentos e louças. As poltronas agora são mais confortáveis e modernas. Também houve obras no hall, sala de ensaio, sala da bilheteria e sala vip; troca do piso da sala de espetáculo para vinílico; troca das instalações elétricas da sonorização e iluminação, e instalação de revestimento acústico, nova porta acústica na área dos técnicos de iluminação e sonorização. O projeto incluiu ainda novas luminárias no hall de entrada e sala VIP, portas de blindex, pintura geral, novo forro em gesso e outras melhorias.

Para o segundo andar foi projetado novo estúdio de gravação, que servirá à Fundação e, posteriormente, ao público. Outra mudança importante é na iluminação do teatro, que agora conta com lâmpadas de LED, em substituição às de filamento. Todos os equipamentos de iluminação e sonorização são digitais.

Acessibilidade – A obra contemplou ainda melhoria estrutural na acessibilidade. Agora há 518 lugares, sendo seis poltronas para pessoas com obesidade, seis para pessoas com mobilidade reduzida e oito lugares para cadeirantes. Na parte de trás do teatro também foi instalado um novo elevador para pessoas com deficiência (PcDs).

“O Margarida Schivasappa é o teatro que eu mais amo, porque é um teatro que abraça o público. A minha expectativa é a melhor possível. Espero que a gente faça um trabalho que traga novos artistas que ainda não passaram por aqui. Eu sou cantor, compositor, trabalho aqui em Belém há muito tempo e fiz meu primeiro show nesse teatro. Tenho um carinho especial por esse espaço”, afirma Olivar Barreto, coordenador do teatro.

História e homenagem – Inaugurado em 26 de fevereiro de 1987 com o propósito de implantar projetos que ampliassem a visibilidade cultural, o teatro garante ao público espetáculos teatrais, musicais e de dança.

Margarida Schivasappa foi professora de Canto Orfeônico, folclorista, membro da Academia Paraense de Teatro, diretora de teatro, carnavalesca e fundadora da Sociedade Paraense de Educação. Nasceu em Belém no dia 10 de novembro de 1895. Filha de Henrique Schivasappa e Corina da Costa Schivasappa, ela estudou no Instituto Carlos Gomes e, posteriormente, no Conservatório de Canto Orfeônico.

Aluna de Heitor Villa-Lobos e reconhecida por Bibi Ferreira, Margarida deixou grande contribuição à cultura do Pará e atuou decisivamente para o crescimento das artes cênicas na região Norte. “A homenagem pode ser considerada uma celebração à vida, porque o Nilson sobreviveu à Covid-19 e, felizmente, prossegue inspirado na missão de cantar a Amazônia há mais de quatro décadas. Os artistas convidados revisitarão canções de todas as fases da trajetória do Nilson, sob a produção musical do Jardim Percussivo, um projeto de pesquisa do percussionista Márcio Jardim sobre os ritmos da Amazônia. É uma orquestra de percussão com mais de dez integrantes”, explica o compositor Arthur Nogueira, coordenador de Projetos da Fundação Cultural do Pará e diretor do show “Dança de tudo”, ao lado de Olivar Barreto.

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