O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), conselheiro Fernando Ribeiro, se reuniu nesta terça-feira (24), em Brasília (DF), com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, para discutir o cenário crítico do fornecimento de energia elétrica no Pará, especialmente em regiões como o Marajó. A audiência foi motivada pelas constantes reclamações da população sobre a má qualidade dos serviços prestados pela Equatorial, concessionária responsável pela distribuição no estado.
Fernando Ribeiro relatou que, nas visitas recentes aos municípios de Marabá, Bragança e Paragominas, recebeu inúmeras queixas sobre a distribuição instável, demora na recomposição de energia e falhas nos atendimentos comerciais. Segundo ele, “a percepção da população quanto à degradação do serviço é inquestionável”.
No ofício protocolado junto à Aneel, o conselheiro solicitou a realização de uma auditoria para avaliar a atuação da concessionária. Entre os pontos críticos citados estão o aumento dos desligamentos não programados, danos a equipamentos por oscilação de tensão e a inviabilidade de empreendimentos rurais que dependem exclusivamente da energia pública.
A reunião contou ainda com a presença de prefeitos de Soure e Salvaterra, no Marajó, além de representantes da Associação Rural da Pecuária do Pará (ARPP). Eles denunciaram prejuízos econômicos e sociais causados por apagões e falhas técnicas recorrentes, que comprometem até serviços essenciais.
O presidente da ARPP, Fernando Lobato, destacou que produtores da região têm encerrado atividades, como a fabricação de queijos, por falta de fornecimento confiável. Ele também defendeu a retomada de programas como Luz para Todos e Luz no Campo, fundamentais para comunidades rurais e ribeirinhas.
Em resposta, o diretor-geral da Aneel garantiu que, em até 20 dias, o órgão apresentará um diagnóstico da situação energética no estado, cobrando providências da Equatorial e avaliando o cumprimento de metas estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia.
“Vamos analisar se a qualidade do serviço está de acordo com as exigências e se os programas federais estão sendo devidamente implementados”, afirmou Sandoval Feitosa.
Para Fernando Ribeiro, a situação do fornecimento de energia no Pará representa uma questão de justiça social. “Como presidente de um tribunal de contas, minha missão é garantir que o serviço público seja eficiente e atenda à população como deve ser”, finalizou.
Leia também:
Deixe um comentário