STF torna Ricardo Salles réu por suposto esquema de contrabando florestal no Pará - Estado do Pará Online

STF torna Ricardo Salles réu por suposto esquema de contrabando florestal no Pará

Ex-ministro do Meio Ambiente é acusado de favorecer exportações ilegais de produtos florestais durante o governo Bolsonaro.

O ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participação em um esquema de facilitação de contrabando de produtos florestais. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (4), pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A denúncia se refere ao período em que Salles comandava a pasta, no governo Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações, servidores supostamente indicados pelo ex-ministro teriam atuado para beneficiar ilegalmente empresas madeireiras, sobretudo na região de Altamira (PA).

O caso teve origem em uma notícia-crime protocolada em 2020 por parlamentares da oposição, baseada no vídeo da reunião ministerial de abril daquele ano, quando Salles sugeriu que o governo aproveitasse o foco da pandemia de Covid-19 para “ir passando a boiada”, em referência à flexibilização de normas ambientais.

Segundo a Polícia Federal, o esquema envolvia um despacho ministerial que autorizava a exportação de madeira sem a necessidade de licença específica, facilitando o envio irregular de produtos florestais para países como os Estados Unidos e nações da Europa.

Em 2021, durante o andamento das investigações, Salles pediu exoneração do cargo de ministro. No mesmo ano, a PF deflagrou uma operação que afastou dez agentes públicos suspeitos de participação no esquema, incluindo servidores do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama.

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