Uma solução sustentável e inovadora para o carregamento de carros elétricos está sendo desenvolvida no Pará. A startup S&L Energia, residente no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), em Belém, criou uma estação de recarga ecológica, fabricada com biocompósito de fibras naturais amazônicas, como a juta, e resina vegetal. O equipamento, que utiliza energia solar, atende tanto usuários particulares quanto empresas e se destaca por seu baixo impacto ambiental.
Diferente dos modelos convencionais, geralmente feitos com plástico ou metal, a estrutura criada pela S&L Energia adota materiais biodegradáveis e renováveis. O projeto foi idealizado com base em pesquisas do engenheiro de materiais Márcio Leite, um dos sócios da empresa, que explica que a técnica utilizada garante leveza, resistência e impermeabilidade ao produto.
“Pensamos em uma estação que fosse de fato sustentável, do material à fonte de energia”, afirma Sandro Leite, diretor comercial da S&L Energia. “Nosso objetivo é ampliar a infraestrutura de carregamento no estado, especialmente em Belém e no interior do Pará”.
Tecnologia e modelo de negócio
A estação é compatível com carregadores de 7 kW, 11 kW e 22 kW, permitindo, por exemplo, recarregar uma bateria de 30 kWh em cerca de 1h20 com a potência máxima. Além de ser uma solução prática para motoristas, também pode gerar renda, especialmente quando instalada em supermercados, centros comerciais e empresas que desejam oferecer o serviço como diferencial competitivo.
“Quem compra um carro elétrico tem como primeira preocupação onde vai carregá-lo. Essa solução atende a essa necessidade com eficiência e ainda agrega valor ao negócio”, destaca Maurício Silva, diretor técnico da startup.
Inovação com raízes amazônicas
Há pouco mais de um ano no PCT Guamá, a S&L Energia já se destaca entre as iniciativas de inovação na região. A empresa participou do programa Centelha II, coordenado nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado no Pará pela Fapespa, com apoio da Finep.
Para o diretor-presidente da Fundação Guamá, João Weyl, o diferencial competitivo da estação está justamente na valorização dos recursos da floresta. “É uma proposta tecnológica avançada, mas que também se conecta com a identidade amazônica ao utilizar materiais locais e sustentáveis”, afirma.
Sobre o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá
O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Sectet, em parceria com UFPA e Ufra. É o primeiro parque tecnológico da Região Norte e tem como objetivo estimular a pesquisa aplicada, o empreendedorismo inovador e a sustentabilidade. Instalado às margens do rio Guamá, em uma área de 72 hectares, o Parque abriga mais de 30 empresas residentes, 12 laboratórios de pesquisa e uma escola técnica.
O complexo integra a Anprotec e a Iasp — entidades que reúnem os maiores ecossistemas de inovação do mundo — e se consolida como uma referência em tecnologia, ciência e desenvolvimento sustentável na Amazônia.
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