Senador paraense entra na mira do STF suspeito de grilagem em terras indígenas

Zequinha Marinho e seu assessor estariam utilizando recursos públicos para interferir em interesses econômicos conflitantes com a demarcação da terra indígena Ituna-Itatá.

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu na última sexta-feira (28) um inquérito da Justiça Federal do Pará que investiga o senador Zequinha Marinho (Podemos) por suposta ligação com uma organização criminosa envolvida em grilagem de terras indígenas no estado. A informação é da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.

A investigação teve início em agosto de 2022, após uma operação do Ibama na Terra Indígena Ituna-Itatá, onde foram encontrados cinco barracos, veículos e mais de 50 pessoas envolvidas no desmatamento ilegal para criação de um loteamento.

De acordo com as investigações, a invasão à terra indígena teria sido liderada por Jassônio Leite, identificado pelo Ibama como um dos principais grileiros de terras indígenas na Amazônia. Em abril de 2021, o órgão ambiental mencionou o “chefe do esquema criminoso” da grilagem na região e aplicou uma multa de R$ 105,5 milhões, sem citar nomes.

Zequinha Marinho passou a ser investigado por suspeitas de advocacia administrativa, supostamente utilizando sua influência para beneficiar grileiros na região da Ituna-Itatá, onde fica a terra indígena no município de Senador Porfírio. Um assessor do senador também foi implicado nas investigações por suas ligações com Jassônio Leite.

O juiz federal Leonardo Araújo de Miranda Fernandes fundamentou a decisão de remeter a investigação ao STF destacando as evidências de que os crimes estariam ligados a Zequinha Marinho, indicando que o parlamentar e seu assessor estariam utilizando recursos públicos para interferir em interesses econômicos conflitantes com a demarcação da terra indígena Ituna-Itatá.

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