Secretário-Geral da ONU defende transição energética justa e rápida durante Cúpula do Clima em Belém - Estado do Pará Online

Secretário-Geral da ONU defende transição energética justa e rápida durante Cúpula do Clima em Belém

António Guterres destacou que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim e pediu mais investimento em energia limpa nos países em desenvolvimento

Durante a mesa-redonda sobre Transição Energética da Cúpula do Clima, realizada nesta sexta-feira (7) em Belém, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um forte apelo por ações urgentes para acelerar a substituição dos combustíveis fósseis por fontes renováveis. O líder da ONU afirmou que “a revolução das energias renováveis já chegou”, mas alertou que o mundo ainda está “perigosamente atrasado” na implementação das metas climáticas.

Segundo Guterres, 90% da nova capacidade de energia gerada no mundo em 2024 veio de fontes renováveis, e os investimentos globais em energia limpa chegaram a dois trilhões de dólares, superando em 800 bilhões os aportes feitos em combustíveis fósseis. Ele ressaltou que as fontes renováveis já são “a forma mais barata de gerar eletricidade em quase todos os países” e que cada dólar investido nesse setor cria “três vezes mais empregos” do que em energias fósseis.

Apesar dos avanços, o secretário-geral alertou que o planeta ainda caminha para um aumento de temperatura superior a 2°C, o que significaria “mais enchentes, mais calor e mais sofrimento em todos os lugares”. Ele afirmou que ultrapassar o limite de 1,5°C é inevitável na próxima década, mas que a duração desse impacto dependerá da velocidade das ações tomadas agora.

Entre as medidas urgentes, Guterres defendeu:

  • alinhamento de leis e incentivos para promover uma transição energética justa;
  • eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis;
  • investimentos em infraestrutura elétrica, armazenamento e eficiência;
  • apoio a trabalhadores e comunidades dependentes de carvão, petróleo e gás, com programas de capacitação e inclusão;
  • e mais financiamento internacional para países em desenvolvimento, especialmente na África, que hoje recebe apenas 2% dos investimentos globais em energia limpa.

O secretário-geral também destacou o papel das novas tecnologias e dos centros de dados impulsionados pela inteligência artificial, que devem ser “parte da solução, não uma nova fonte de pressão sobre o planeta”.

Encerrando seu discurso, Guterres foi enfático: “A era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim. A energia limpa está ascendendo. Devemos fazer com que essa transição seja justa, rápida e definitiva.”

A mesa-redonda integrou a programação da Cúpula do Clima de Belém, que reúne líderes mundiais, chefes de Estado e representantes de organizações internacionais para debater os compromissos climáticos globais e preparar o terreno para a COP30, que também será sediada na capital paraense em 2025.

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