Um repasse de R$ 11.982.571,00 realizado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) ao Instituto Federal do Ceará (IFCE) vem gerando forte repercussão política e acadêmica no Pará. O valor foi transferido via Fundação de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão (Faifce) para o projeto “Empreendedores Digitais — Geração de Renda e Fortalecimento da Economia Solidária”, sem que nenhuma instituição de ensino do Pará fosse contemplada diretamente.
A ausência de destinação para universidades e institutos locais, como UFPA, Uepa e IFPA, levantou questionamentos sobre as prioridades do parlamentar. Educadores e gestores afirmam que o gabinete do senador não realizou consulta prévia sobre projetos regionais voltados à inovação digital ou economia solidária.
De acordo com registros públicos, o montante foi integralmente empenhado, pago e executado pelo IFCE, com sede em Fortaleza, sem registro de ações ou convênios equivalentes no Portal da Transparência em favor de instituições paraenses.
Enquanto o Ceará recebe quase R$ 12 milhões, o Pará enfrenta carência de laboratórios, bolsas de pesquisa e infraestrutura acadêmica, cenário visto por especialistas como um retrocesso na consolidação do ecossistema de inovação amazônico.
O pagamento da emenda foi efetuado em 20 de maio de 2024, mas até o momento o senador não apresentou detalhes técnicos sobre a execução do projeto no Pará.
Em postagem recente nas redes sociais, Zequinha Marinho se defendeu das críticas e afirmou que o recurso é destinado ao estado paraense:
“Estão tentando enganar o povo do Pará com mais uma mentira. Publicaram que uma emenda minha beneficiaria o Ceará, mas a verdade é justamente o contrário. A emenda de R$ 11,9 milhões foi destinada ao Instituto Federal do Ceará, sim, mas para executar o projeto Empreendedor Digital em 54 municípios do Pará, atendendo 14 mil jovens paraenses, tudo isso por recomendação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ou seja: o recurso é do Pará, para o Pará.”
O senador também destacou que é o parlamentar que mais investe no estado, com mais de R$ 730 milhões em emendas já aplicadas em diferentes áreas, e classificou as críticas como “manchetes falsas”.
Zequinha ainda afirma que a recomendação do Ministério da Ciência e Tecnologia de alocar o recurso no Instituto Federal do Ceará foi considerando que o Instituto Federal do Pará não tem a tecnologia pra executar o projeto.
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