No último domingo (15), em Ananindeua, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior — Ratinho Júnior (PSD), participou de uma convenção do Podemos e declarou apoio ao prefeito Daniel Santos (PSB), adversário direto de qualquer sucessor que o governador Helder Barbalho (MDB) tente emplacar nas próximas eleições. O evento, parte de sua passagem por três cidades do Pará, evidenciou um movimento calculado para elevar seu perfil político na região e fortalecer sua pretensão presidencial em 2026.
Durante o encontro com o prefeito Daniel, o governador do Paraná elogiou a gestão local, afirmando que os resultados do município servem de referência nacional. Ratinho Júnior tem sido promovido dentro do PSD como pré-candidato à Presidência em 2026. Em declaração recente, o presidente do partido, Gilberto Kassab, afirmou que seu nome “caminha com consistência” rumo ao Palácio do Planalto.
Histórico antipopular de Ratinho Júnior na política
Porém, nem só de popularidade se faz um mandato; o governador já enfrentou duras críticas de sindicatos. Em junho de 2024, seis centrais sindicais levaram uma queixa à Organização Internacional do Trabalho (OIT), acusando sua gestão no Paraná de violar o direito de greve, de exercer repressão policial a professores e de tentar silenciar sindicatos durante o trâmite do projeto “Parceiros da Escola”.
Tal denúncia, apresentada em Genebra, acusou o governo de ameaçar grevistas com demissão, corte de salários e de impedir o acesso dos sindicatos às escolas — medidas criticadas como antidemocráticas.
Além disso, o histórico político de Ratinho Júnior inclui posicionamentos controversos, como a tentativa de intervir no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná para barrar denúncias de violência policial, e a participação em atos pedindo impunidade para envolvidos no 8 de janeiro — ainda que sem discurso público no evento.
Diferente de Daniel Santos — que ainda patina tentando apoio da direita e da esquerda, única e exclusivamente em oposição ao MDB —, Ratinho Júnior não tem medo de se posicionar; a visita ao Pará se mostra uma manobra calculada para reforçar sua imagem de líder nacional e capitalizar apoios que ampliem sua base eleitoral na região Norte.
Polêmica envolvendo o Ratinho pai
Ao mesmo tempo, o palco político paraense fervilha com outra polêmica: seu pai, o apresentador Ratinho, criticou a escolha de Belém como sede da COP 30, afirmando que “falta comida” e que a cidade “não é maravilhosa” para hospedar o evento, gerando reações duras da população local.
Em resposta, o governador Helder Barbalho (MDB) buscou dialogar com urbanidade, convidando Ratinho a conhecer Belém de perto e ressaltando que os investimentos da COP30 vão transformar a cidade para receber o evento climaticamente mais importante já sediado na Amazônia.
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