Não é de hoje que o Hospital Pronto-Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira, localizado no bairro do Guamá, se tornou palco de uma situação alarmante que tem preocupado profissionais de saúde e causado angústia entre os usuários que buscam atendimento médico em Belém. A unidade, que deveria ser um porto seguro para a população em momentos de necessidade, é mantida em um quadro de caos, com relatos de descaso, falta de estrutura e atendimento inadequado.
Usuários que buscam socorro no pronto-socorro se deparam com cenas desoladoras. A falta de espaço e de leitos tem levado pacientes a serem atendidos em corredores, com macas espalhadas e pessoas aguardando por atendimento em condições precárias. Pacientes relatam a demora e a dificuldade em obter informações claras sobre os procedimentos médicos, além de esperas exaustivas e um clima geral de desorganização.
Profissionais de saúde também enfrentam um cenário desafiador. Com falta de recursos, equipamentos e medicamentos, os médicos e enfermeiros se veem impossibilitados de oferecer um atendimento de qualidade. Denúncias de perseguição e assédio moral por parte dos diretores da unidade de saúde também têm emergido, o que agrava ainda mais a situação e prejudica o ambiente de trabalho.
A Justiça acatou recentemente um pedido de ação civil pública ajuizado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) em resposta à situação caótica no hospital. As promotoras de Justiça Fabia de Melo-Fournier e Adriana Passos Ferreira apresentaram uma série de providências requeridas pelo MPPA, buscando solucionar os problemas que vêm afetando a unidade de saúde.
Mairraule Pereira de Souza, coordenador de finanças do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Pará (Sindsaúde-PA), explica que a decisão da Justiça é resultado de inúmeras denúncias provenientes de diferentes sindicatos e conselhos profissionais de saúde. Os profissionais, que há tempos vêm enfrentando dificuldades, decidiram buscar ajuda judicial em busca de soluções. “A gente sabe que pode ser mais demorado, mas acreditamos que será solucionado, pois os trabalhadores já não aguentam mais, pois os problemas são inúmeros”, destacou o sindicalista.
Além dos desafios enfrentados pelos profissionais e usuários, a estrutura do hospital também está comprometida. Relatórios do Ministério Público apontam inconsistências nas instalações, falta de medicamentos, insumos e materiais técnicos, além de armazenamento inadequado de resíduos e deficiências na disposição de roupas sanitárias para utilização dos pacientes.
Pra piorar, o sindicalista denuncia que há perseguição e assédio moral por parte dos diretores do PSM, pois quando os profissionais reclamam da falta de condições e estrutura eles passam a ser perseguidos.
A Prefeitura de Belém afirmou que está tomando medidas de manutenção e aprimoramento dos serviços de saúde prestados, buscando garantir atendimento público regular, contínuo e ininterrupto das demandas municipais de saúde. Contudo, a situação crítica atual do hospital coloca em risco a saúde e o bem-estar dos pacientes do pronto-socorro.
Diante do quadro apresentado, o Juízo determinou que a Prefeitura de Belém apresente um plano de melhoria para a unidade em um prazo de 30 dias. As medidas solicitadas incluem a regularização do abastecimento de medicamentos, insumos e material técnico, melhorias na estrutura física do hospital e agilidade no fluxo de análises laboratoriais.
Enquanto isso, a população aguarda ansiosamente por mudanças concretas que garantam um atendimento digno e de qualidade no Hospital Pronto-Socorro Municipal Humberto Maradei Pereira. A situação expõe a urgência de uma resposta eficaz e eficiente das autoridades competentes para resolver os problemas enfrentados tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos pacientes.
Com informações da matéria de Bruna Lima, jornalista de OLiberal.
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