Provável cassação de Moro pode eleger Michelle senadora, como o PT avalia?

Entrevistamos dois doutores da Ciência Política formados pela UFPA para analisarem os cenários políticos apresentados pelo Instituto Paraná Pesquisas sobre as possíveis candidaturas ao governo do estado do Paraná.

Foto do Senador Sérgio Moro e ex-primeira-dama.
Senador Sérgio Moro e ex-primeira-dama em montagem com as fotos do PL e de EVARISTO SA/AFP

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta quinta-feira (26) deu o que falar nos bastidores da política nacional. A pesquisa aponta que em caso de cassação de mandato do senador Sergio Moro (União Brasil), Michelle Bolsonaro (PL) é a favorita à vitória em eleição suplementar no estado.

Em três cenários com o nome da ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, ela fica em primeiro lugar, com 35,7%, 39.3% e 44,3%, respetivamente; à frente de Alvaro Dias (Podemos) que atinge, em dois cenários, 24,4% e 26%; e de Gleisi Hoffmann (PT), que obtém nos três, 16,1%, 16,7% e 21,8%.

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Em cenário sem Michelle, Alvaro Dias aparece em primeiro com 29,8%; a deputada federal e esposa de Sergio Moro, Rosangela Moro (União Brasil) em segundo com 17,9%; e Gleisi Hoffmann novamente em terceiro, com 16,1%.

O Portal Estado do Pará On-line entrevistou os cientistas políticos paraenses Edir Veiga e Manoel Alves, e solicitou uma análise sobre qual seria a estratégia do PT após a divulgação da pesquisa: segue apoiando a cassação de Moro e da a chance para Michelle ou “engole” o ex-juiz?

Para Edir Veiga, o Partido dos Trabalhadores não há de aceitar, o que seria na visão do partido, a batalha de “Satanás contra o demônio” e avalia que o partido deve apostar todas as fichas em um nome forte e popular no estado, como por exemplo, o ex-governador Roberto Requião, que se filiou ao PT em Março de 2022, depois de ter fundado o MDB, onde passou 40 anos, tendo sido neste partido eleito prefeito de Curitiba, governador do Paraná por três vezes e senador por dois mandatos.

Edir Veiga avalia que o PT deve lançar o ex-mdebista Roberto Requião como candidato ao governo do Paraná.

Vale lembrar que na eleição presidencial de 2022, Jair Bolsonaro (PL) obteve 62,4% dos votos no estado, contra 37,6% de Lula (PT). Agora, segundo o Instituto Paraná, apenas 26,4% dos paranaenses consideram a gestão de Lula ótima ou boa, enquanto 47,2% dizem que ela é ruim ou péssima, mostrando a força do anti-petismo no estado.

Para Manoel Alves, o PT “deu um tiro no pé” apoiando a cassação de Moro, pois pode eleger Michelle senadora, dando força para ela na campanha presidencial de 2026 como o grande nome da direita no país.

Manoel Alves avalia que o PT errou e pode ajudar a eleger Michelle Bolsonaro ao governo do Paraná.

Diante da rejeição do PT no estado, só nos resta acompanhar os próximos capítulos dessa provável eleição suplementar que já está empolgando nos bastidores mesmo antes de se oficializar.

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