Presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul explica movimento independente na CBF: “Garantir estabilidade”

Horas após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, 19 presidentes de Federações pediram, em um documento, "estabilidade" no comando da entidade.

Foto: Divulgação/FPF

O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) abriu um novo capítulo na política do futebol do país. Pela segunda vez – a primeira foi no início de 2024 -, o dirigente é retirado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Dessa vez, a decisão do TJ-RJ veio aliada a um movimento assinado por 19 Federações estaduais com o objetivo de concorrer a presidência da CBF. Horas após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, 19 presidentes de Federações pediram, em um documento, “estabilidade” no comando da entidade.

E uma das assinaturas é de Ricardo Gluck Paul, presidente da Federação Paraense de Futebol. Em contato com a reportagem do Estado do Pará Online (EPOL), Ricardo explicou que, assim como aconteceu em março deste ano, quando as 27 Federações apoiaram de forma unânime a reeleição de Ednaldo, o objetivo é “pacificar a gestão” na CBF.

Todo o colégio eleitoral foi unânime para dar estabilidade à CBF, ao contrário do que irresponsavelmente especularam em torno de acordo em troca de reajuste de remuneração que não existe e nunca existiu. Na época (em março), o movimento foi uma demonstração de maturidade política para pacificar a gestão. A postura, portanto, não muda neste novo momento. Precisamos garantir a estabilidade (política da CBF)”, explicou.

Além da Federação Paraense, assinam o documento as entidades de Alagoas, Piauí, Sergipe, Roraima, Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre, Distrito Federal, Amazonas, Rondônia, Maranhão, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

E o STF?

Em janeiro de 2024, quando afastado pela primeira vez do cargo pelo TJ-RJ, Ednaldo Rodrigues acionou um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para retornar ao poder na CBF. Na época, o Ministro Gilmar Mendes deu parecer favorável e o dirigente foi reconduzido ao posto na entidade.

Agora, Ednaldo volta a fazer o mesmo movimento. No entanto, independente da resposta que vier do Supremo, Gluck Paul afirma que o grupo montado pelas 19 Federações vai seguir trabalhando em prol dos clubes e do futebol brasileiro.

“O STF não tem efeito sobre as Federações. O grupo continuará a serviço do futebol brasileiro”, garantiu.

O escolhido

Sem Ednaldo Rodrigues no poder, o grupo montado pela Federação Paraense e outras 18 entidades tem Samir Xaud como principal nome para concorrer a presidência da CBF, em eleição que deve ser marcada nas próximas semanas.

Aos 40 anos, Samir foi eleito em janeiro deste ano presidente da Federação Roraimense de Futebol. Filho de Zeca Xaud, atual presidente da FRF e que comanda a entidade no Estado há quase 40 anos, Samir assume o poder na Federação em 2027, em um mandato até 2030.

Médico e empresário, Samir Xaud tentou por duas vezes entrar na carreira política. Em 2018, foi candidato ao cargo de Deputado Estadual em Roraima pelo PV. Já em 2021, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, pelo MDB. Nas duas ocasiões, ele foi derrotado nas urnas.

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