O juiz Bruno Felippe Espada determinou uma série de medidas em relação às investigações sobre o assassinato do ex-prefeito de Tucuruí, Jones William, morto a tiros em 2017.
Troca de mensagens extraídas de celulares apreendidos revelam indícios de delitos relacionados ao homicídio do então prefeito de Tucuruí, Jones William da Silva Galvão. Os acusados teriam oferecido vantagens indevidas a investigadores da polícia civil. Entre os envolvidos nas investigações consta o nome do atual prefeito da cidade, Alexandre Siqueira (MDB).
Ao todo, nove pessoas são investigadas na nova fase da apuração sobre os desdobramentos do crime. Quatro dos acusados (Firmo Leite Giroux, Alexandre França Siqueira, Moisés Gomes Soares Filho e Andrey Fernandes Mateus) são apontados por corrupção ativa, enquanto outros cinco enfrentam acusações de corrupção passiva, todos relacionados à tentativa de ocultar informações do caso. Além disso, a denúncia inclui acusações de violação de sigilo funcional contra todos os nove acusados.
Foram afastados dos seus cargos, pelo prazo de 30 (trinta) dias, sem prejuízo de suas remunerações, no período em que estiver em vigor os afastamentos dos
seguintes agentes públicos:
1- ANDREY FERNANDESMATEUS, perito criminal e então Diretor do IML de Tucuruí;
2- JOSÉ EDUARDO ROLLO DA SILVA, Delegado de Polícia Civil;
3 – DONIVALDO DE JESUS PALHA, Investigador de Polícia Civil;
4 – JONATAS RABELO GALVÃO, Investigador de Polícia Civil;
5 – AMARILDO LEITE DOS SANTOS, Escrivão de Polícia Civil;
6 – AFONSO ALVES RODRIGUES, Investigador de Polícia Civil.
O juiz determinou:
- A quebra do sigilo, está disponível pra acessar o processo na íntegra
- Alexandre não terá foro privilegiado
- determinou a reabertura das investigações
- determinou o afastamento dos policiais das funções publicas
O processo contém conversas entre os envolvidos, dados de interceptação telefônica e relatórios de análise. Uma medida cautelar foi solicitada para afastar os policiais militares envolvidos das funções públicas, a fim de não prejudicar a investigação.
Inicialmente, o processo tramitaria em segredo de justiça, mas o Ministério Público alegou suspeição do juiz que determinou o sigilo, citando casos anteriores em que o mesmo juiz se declarou suspeito.
O Ministério Público também solicitou o levantamento do sigilo do processo, o afastamento dos policiais envolvidos e o recebimento da denúncia. Enquanto isso, a defesa de um dos acusados pediu a sustação dos efeitos de uma eventual decisão de recebimento da denúncia e acesso integral aos documentos citados na acusação.
Relembre o caso
O prefeito Jones William foi morto a tiros no dia 25 de julho de 2017, enquanto visitava uma obra no bairro Cristo Vive, em Tucuruí. Dois homens em uma motocicleta fizeram uma emboscada e dispararam cinco vezes contra o prefeito, que chegou a ser encaminhado ao hospital, mas acabou morrendo.
Na ocasião, Bruno Marcos, suspeito de ser o autor dos disparos contra o prefeito, foi preso em setembro, quando tentava deixar Belém pelo aeroporto internacional.
O Ministério Público do Pará (MPPA), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tucuruí, requereu a impronúncia do ex-prefeito Arthur Brito e de sua mãe, Josenilde Brito, falecida em setembro do ano passado, como mandantes do crime e determinou a reabertura das investigações, quando Alexandre Siqueira passou a ser apontado como o grande articulador de um esquema para incriminar os seus adversários políticos no assassinato de Jones William.
Arthur Brito e sua mãe chegaram a ser presos por envolvimento no crime, onde a polícia e a justiça tomaram decisões baseadas no resultado das investigações que imputavam a eles, participação no crime, que segue sem sabermos quem de fato foram os mandantes pelo assassinato de Jones William.
O portal Estado do Pará Online encaminhou pedido de esclarecimentos ao prefeito de Tucuruí, Alexandre Siqueira mas até o momento não obtivemos resposta.
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