Possível expulsão de vereadora de Belém gera revolta de psolistas em todo o país

Ao se lançar como pré-candidata a prefeita para ter seu nome avaliado nas prévias do PSOL, a vereadora Silvia Letícia provocou a ira dos dirigentes locais do partido que pedem sua expulsão, mas enfrentarão a defesa da parlamentar de nomes nacionais da legenda.

Foto: Câmara Municipal de Belém

O jornal O Globo publicou matéria nesta segunda-feira (18), onde relata a possibilidade de expulsão da vereadora de Belém, Sílvia Letícia (Psol). Ela é acusada de infidelidade partidária e de servir de âncora para ataques da direita contra o partido que governa Belém.

A próvavel causa para a possível expulsão, se dá por conta do posicionamento permanente da vereadora contra a gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, este também de seu mesmo partido. Além de vereadora, Sílvia Letícia é cordenadora do Sindicado das Trabalhadoras e dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – SINTEPP, em Belém.

No momento do anúncio do pedido de penalização contra a vereadora, 51 lideranças fizeram uma nota pública de repúdio contra a decisão que está sendo analisada pela Comissão de Ética do partido. Alguns nomes de peso nacional se posicionaram contra, como os deputados federais Glauber Braga (RJ), Sâmia Bonfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS).

No documento, que se posiciona contra a punição, os psolistas afirmam que Silvia Letícia não desrespeitou o estatuto do partido: “Silvia Letícia está sendo acusada diante a Comissão de Ética por suposta infidelidade partidária, mas nenhum dos fatos que se denunciam configuram afronta à disciplina partidária, ao Estatuto, nem ao Programa do Partido”, diz um trecho da nota.

“É inadmissível que uma vereadora do Psol utilize os espaços institucionais para dificultar ainda mais o cenário político que vivenciamos em Belém, frente às eleições municipais”, diz a denúncia do diretório municipal para a direção nacional do partido.

Bastante criticado pela vereadora, Edmilson Rodrigues enfrenta entre outros problemas, a “crise do lixo” na cidade. O imbróglio envolve um demorado processo licitatório para troca das empresas e um novo sistema de coleta e tratamento dos resíduos sólidos, com o descontrato do Aterro Sanitário de Marituba e a reativação de uma parte do que antes era chamado de “Lixão do Aurá”. Além disso, o prefeito acumulou uma dívida superior a R$ 15 milhões com as concessionárias responsáveis pela coleta, o que gerou irregularidade no pagamento e por consequência a falta de atendimento no saneamento de Belém. Em alguns pontos da cidade o atraso se tornou tão grande que o lixo acumulado começou a ser empilhado nas calçadas e alguns até fecham vias de importante acesso na capital paraense.

Mesmo com a baixa aprovação da gestão de Edmilson e os altos índices de reprovação e descontentamento, a direção municipal e estadual do PSOL garante que ele será o candidato à reeleição e conta com o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), que hoje ocupa a vice-prefeitura e três secretarias, além do PDT e do PCdoB, que também já declararam apoio a um novo mandato.

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