Apesar de Helder ser contra, MDB segue dividido após votação da PEC da Blindagem - Estado do Pará Online

Apesar de Helder ser contra, MDB segue dividido após votação da PEC da Blindagem

Maioria dos deputados do partido no Pará apoiou a proposta; governador Helder Barbalho foi contra, e presidente estadual da sigla, o ministro Jader Filho, não se posicionou

Apesar do governador do Pará ter sido enfático em relação a sua contrariedade ao texto da PEC da Blindagem, seu partido, o MDB no Pará permanece cercado de indefinições. Na Câmara, a maioria da bancada paraense do partido votou a favor da proposta que limita a atuação da Justiça sobre parlamentares, mas lideranças de peso da legenda no estado se colocaram em sentido oposto.

Através de suas redes sociais, o governador Helder Barbalho (MDB) declarou-se contrário ao texto, em contraste direto com a posição de correligionários na Câmara. Sua mãe, a deputada federal Elcione Barbalho (MDB), não registrou voto na sessão que aprovou a emenda constitucional. Já o ministro das Cidades, Jader Filho, responsável pela presidência estadual do MDB, foi questionado pelo Estado do Pará Online (EPOL) sobre como avalia a atuação da bancada e que medidas pretende adotar, mas não se manifestou até agora.

“A ‘PEC da blindagem’ é uma afronta à democracia e ao equilíbrio entre poderes”, afirmou Helder nas redes sociais.

A indefinição se torna ainda mais relevante porque o Senado deve votar a PEC nesta quarta-feira (24). Entre os senadores presentes estará Jader Barbalho, ex-deputado federal, ex-governador, pai do governador e do Ministro, além de ser uma figura histórica do partido no Pará. Com a base estadual dividida e sem orientação pública de suas lideranças, o MDB entra na etapa decisiva da tramitação sem apresentar uma posição clara.

Em paralelo, ventila-se nos bastidores políticos que o ministro do Turismo, Celso Sabino — autor da PEC da Blindagem —, pode ser acolhido pelo MDB após embate com o União Brasil, partido que o pressionou a deixar o cargo no governo Lula (MDB). A hipótese foi negada por Sabino, que permanece fiel ao União Brasil e irá concorrer ao cargo de senador nas próximas eleições.

A ausência de respostas por parte do comando estadual reforça a percepção de que o partido evita assumir compromisso num debate que mobilizou a opinião pública e desencadeou protestos em várias capitais. No Pará, a falta de unidade expõe contradições em uma sigla tradicionalmente marcada pelo protagonismo político da família Barbalho. No EPOL, o espaço segue aberto para esclarecimentos futuros.

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