População indígena no Brasil é majoritariamente urbana, aponta Censo do IBGE

Instituto revela crescimento expressivo de indígenas em áreas urbanas; dados embasam políticas públicas e alocação de recursos.

Fabio Rodrigues / Agência Brasil

Na última quinta-feira (19), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados do Censo Demográfico 2022, revelando que 53,97% da população indígena brasileira vive em áreas urbanas. O levantamento aponta um crescimento expressivo em relação a 2010, quando apenas 36,22% dos indígenas residiam em cidades. Em números absolutos, são 914,75 mil em áreas urbanas contra 780,09 mil em áreas rurais.

Segundo o IBGE, a evolução reflete não apenas o crescimento populacional, mas também melhorias no mapeamento de localidades indígenas. A população total cresceu 88,96% em 12 anos, passando de 896.917 em 2010 para 1.694.836 em 2022. O salto em áreas urbanas foi ainda mais expressivo: 181,6% no período.

Entre as regiões do país, o Sudeste lidera no percentual de indígenas em áreas urbanas, com 77,25%, seguido pelo Nordeste (62,3%). Em contrapartida, as populações rurais predominam no Centro-Oeste (62,05%) e no Sul (58,2%). No Norte, há equilíbrio, com metade da população indígena em cada tipo de área.

Outro dado importante é o perfil etário e de gênero. Indígenas urbanos têm idade mediana de 32 anos, enquanto nas áreas rurais a mediana é de 18 anos. Além disso, as áreas rurais apresentam maior proporção masculina (105,71 homens para cada 100 mulheres), enquanto nas cidades há predomínio feminino (90,25 homens para cada 100 mulheres). Os dados do Censo, adiados por pandemia e cortes orçamentários, guiarão decisões públicas e alocação de recursos nos próximos anos.

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