Polícia Civil e Científica fazem reprodução simulada de feminicídio, em Belém - Estado do Pará Online

Polícia Civil e Científica fazem reprodução simulada de feminicídio, em Belém

Estudante de nutrição, Bruna Meireles Correa, de 32 anos, foi morta a tiros pelo ex-namorado, o cabo da PM Wladson Luan Borges, em março; suspeito a levou para o PSM da 14 e alegou que foram vítimas de suposto assalto

As polícias Civil e Científica realizaram, nesta quarta-feira (1), uma reprodução simulada para elucidar os fatos que levaram à morte da estudante de nutrição Bruna Meireles Correa, de 32 anos, que foi morta a tiros pelo ex-namorado, o cabo da PM Wladson Luan Borges, em março deste ano, em Belém. 

A reprodução simulada teve como objetivo levantar elementos que possam contribuir para o esclarecimento do caso, atualmente investigado sob sigilo pela Delegacia de Enfrentamento ao Feminicídio (Defem), vinculada à Divisão Especializada no Atendimento à Mulher. O procedimento, conduzido pelo Instituto de Criminalística da PCEPA, contou com apoio da Polícia Civil do Estado.

O exame contou com a presença de peritos criminais, policiais civis, representantes do Ministério Público e advogados das partes. A simulação foi baseada nas informações reunidas ao longo da investigação.

A delegada Adriany Carvalho, responsável pelo inquérito, ressaltou que a reprodução simulada é um recurso previsto no Código de Processo Penal e utilizado quando existem contradições ou dúvidas nas circunstâncias do crime.

“Esse procedimento nos ajuda a esclarecer como ocorreu o disparo que resultou na morte da vítima. A perícia foi solicitada pela Defesa, pelo Ministério Público e pela Polícia Civil justamente para tornar mais claras as circunstâncias do caso”, explicou. 

Assista:

Feminicídio – O cabo da Polícia Militar suspeito de cometer o crime, Wladson Luan Monteiro Borges, teve a prisão temporária convertida para preventiva após a constatação da morte da estudante, que passou por uma cirurgia no PSM da 14, mas não resistiu. 

Na época, a conversão para prisão preventiva foi justificada pelo periculum libertatis, ou seja, o perigo que a liberdade do acusado poderia representar à sociedade, e pela gravidade do crime, classificado como feminicídio.

Wladson Luan, que integrava o Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), chegou a levar Bruna a um hospital, mas ela já estava sem vida.

Inicialmente, ele alegou que a namorada havia sido baleada em um assalto, mas depois desmentiu a versão e assumiu ter atirado contra ela.

O carro do suspeito foi encontrado abandonado em frente ao Pronto Socorro Municipal da 14 de Março, no bairro do Umarizal, com marcas de tiros e vidros quebrados.

O PM foi preso em flagrante no hospital e encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi autuado por feminicídio.

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