PF atua em operação para desintrusão de invasores da Terra Indígena Kayapó no Pará

Nos primeiros dias de ação, as equipes destruíram acampamentos ilegais de garimpeiros, apreenderam maquinários, combustíveis, celulares, munições, mercúrio e ouro.

Foto divulgação

A Polícia Federal está entre os órgãos que participam da operação de desintrusão da Terra Indígena Kayapó, no centro-sul do Pará. Deflagrada no dia 2 de maio, a ação já dura oito dias e tem como objetivo retirar invasores e combater atividades ilegais, como o garimpo, no território do povo indígena Mebêngôkre (Kayapó).

A operação é coordenada pela Casa Civil da Presidência da República e envolve uma força-tarefa composta por diversos órgãos do Governo Federal, incluindo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Força Nacional de Segurança Pública e o Exército Brasileiro.

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A iniciativa cumpre determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 709, que prevê medidas urgentes para a proteção de povos indígenas durante a pandemia e a retirada de invasores de terras demarcadas.

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Nos primeiros dias de ação, as equipes destruíram acampamentos ilegais de garimpeiros, apreenderam maquinários, combustíveis, celulares, munições, mercúrio e ouro. A extração ilegal de ouro, especialmente nas margens dos rios Fresco e Branco, tem causado sérios danos ambientais, como o assoreamento e a contaminação das águas por mercúrio — substância tóxica usada no processo de separação do ouro.

As ações seguem em duas frentes: a retirada de invasores e equipamentos, e a investigação dos responsáveis pelas atividades criminosas na área protegida, que poderão responder criminalmente conforme a legislação ambiental e penal vigente.

A operação reforça o compromisso das autoridades com a proteção dos povos originários e a preservação da Amazônia diante da crescente pressão do garimpo e da ocupação ilegal em terras indígenas.

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