Pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destacam o extrato do caroço de açaí como uma alternativa promissora no tratamento de condições metabólicas, como obesidade e diabetes. O estudo, liderado pelo professor Roberto Soares de Moura desde 2007, aponta benefícios metabólicos expressivos e reforça a importância de alternativas sustentáveis para a saúde pública.
Dados do IBGE revelam que o Brasil produziu 1,6 milhão de toneladas de açaí em 2023, mas o descarte inadequado dos caroços – que representam mais de 70% do peso do fruto – gera impactos ambientais significativos. No entanto, os pesquisadores da UERJ descobriram que esses resíduos possuem compostos fenólicos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, capazes de reduzir gordura no fígado, equilibrar níveis de glicose e colesterol, e proteger órgãos como rins e intestino.
Os experimentos, realizados em modelos animais, indicaram uma redução de até 81% no colesterol e 70% na gordura hepática ao combinar o extrato com exercícios físicos. Além disso, o tratamento demonstrou resultados comparáveis ao uso de metformina, medicamento amplamente utilizado no manejo do diabetes, com vantagens adicionais na modulação da flora intestinal e proteção do cérebro contra danos metabólicos.
Embora o extrato esteja disponível como suplemento alimentar, ainda são necessários estudos clínicos para sua aprovação como medicamento. A simplicidade do processo de extração torna viável sua produção em larga escala, destacando seu potencial como solução terapêutica e ambiental.
A pesquisa reforça o valor da biodiversidade amazônica e abre caminhos para alternativas naturais no enfrentamento de desafios como obesidade e diabetes, que afetam bilhões de pessoas no mundo. Paralelamente, iniciativas como esta podem mitigar os impactos ambientais associados ao descarte inadequado dos resíduos do açaí, promovendo um ciclo sustentável e inovador.
Com informações de O Nexo
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