Pesquisa Iveiga/EPOL: Igor Normando lidera seguido de Éder Mauro e Jefferson Lima

A amostragem consistiu em 1.000 entrevistas, com uma margem de erro de 3,1% e um intervalo de confiança de 95%. Edir Veiga, responsável pela pesquisa, fez uma análise completa do cenário eleitoral até aqui.

O Portal Estado do Pará On-line divulgou, nesta segunda-feira (22), sua segunda pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de Belém. O levantamento foi realizado em parceria com o Instituto Iveiga Regnum. Pela primeira vez, o candidato Igor Normando (MDB) ultrapassou o deputado federal Éder Mauro (PL).

A amostragem consistiu em 1.000 entrevistas, com uma margem de erro de 3,1% e um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número 00012/2024 e realizada entre os dias 16 e 19 de julho de 2024. O instituto abordou questões de pesquisa estimulada e espontânea, rejeição, avaliação do atual prefeito, além de amostragens sobre a influência do governador Helder Barbalho (MDB), do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Bolsonaro (PL) na votação em Belém.

A pesquisa também mostrou a avaliação dos pré-candidatos a vereador do município.

Estimulada

Espontânea

Lula, Helder e Bolsonaro

Veja como está o cenário em caso de interferência de políticos como o presidente Lula, o governador do Estado Helder Barbalho e o ex-presidente Bolsonaro.

Lula

Helder Barbalho

Bolsonaro

Avaliação de Edmilson Rodrigues

Vereadores

Análise da pesquisa

Conversamos com o cientista político Edir Veiga, responsável pelo Instituto Iveiga Regnum, que analisou o cenário da mais nova pesquisa. Veiga fez a análise geral da pesquisa, falou sobre o crescimento de Igor Normando, a rejeição de Edmilson e possíveis surpresas nas eleições municipais.

Repórter – Edir, nessa pesquisa o Igor, pela primeira vez, ultrapassou o Éder Mauro. Como você analisa isso? Já que o candidato do PL estava bem na frente.

Edir – Olha, esta é a nossa primeira pesquisa registrada, tá certo? Mas eu também já tive acesso a outras pesquisas ao longo do semestre. Além disso, realizei pesquisas internas para testar o desempenho dos candidatos, porque atuo nessa área há muitos anos e até publiquei um livro sobre a política no Pará. O que posso dizer é que Éder Mauro nunca efetivamente ultrapassou os 25%. Ele é um nome muito conhecido, deputado federal por vários mandatos, já foi candidato a prefeito, e teve grande exposição em Belém e no Pará devido ao apoio do candidato Bolsonaro nas eleições de 2022.

Quando estamos distantes do período eleitoral, os mais conhecidos costumam aparecer melhor posicionados, algo que chamamos de intenção de voto por notoriedade. Por exemplo, a seis meses da eleição, os candidatos mais conhecidos tendem a liderar. No entanto, a pouco mais de 60 dias das eleições, outros candidatos começam a ganhar espaço, e geralmente, o candidato bem posicionado por notoriedade tende a cair conforme as preferências se distribuem entre os demais.

Nesta eleição, temos Edmilson, atual prefeito e muito conhecido, Éder Mauro, deputado e ex-candidato a prefeito, Thiago Araújo, também ex-candidato a prefeito, Jefferson Lima, que teve boa votação para o Senado e para prefeito de Belém, e Eguchi, que já foi bem votado para prefeito. São candidatos competitivos. Nas últimas três semanas de campanha, a disputa será acirrada, com candidatos variando entre 15% e 22%. Será uma das eleições mais disputadas de Belém. Portanto, é natural a queda de Éder Mauro.

Repórter – Sobre a questão da rejeição do Edmilson. A tendência é que isso só piore no decorrer da campanha?

Edir – Sobre a questão da rejeição de Edmilson, ela tende a diminuir um pouco, pois a propaganda eleitoral na televisão, rádio e redes sociais, a partir de 16 de agosto, terá um efeito positivo. Ele poderá prestar contas mais diretamente de suas obras, justificar a situação da cidade nos anos de 2022 e 2023, e apresentar obras e projetos em curso. Atualmente, a má avaliação de Edmilson é de 77%, com 52% de rejeição direta. Acredito que até a eleição essa rejeição deve cair para algo entre 40% e 45%. Portanto, a tendência é de queda, não de aumento. Na ciência política e estatística, falamos em tendências com base em probabilidades. Essa tendência pode se confirmar, mas também pode não se confirmar. No entanto, a maioria das análises indica que a avaliação negativa de Edmilson deve diminuir à medida que a eleição se aproxima.

Repórter – Acreditas que tem alguém como uma surpresa na pesquisa?

Edir – Até o momento, não vejo grande surpresa na pesquisa. Como afirmei, todos os candidatos competitivos que já foram candidatos a prefeito de Belém e que têm mandatos eletivos são muito conhecidos. Então, é normal eles aparecerem nas pesquisas. No momento, a polarização está entre Igor Normando e Éder Mauro, mas, devido à competitividade da eleição e ao número de candidatos com votos, a situação pode mudar. Os candidatos com forte apoio na periferia de Belém podem crescer acima da média quando essa parte do eleitorado perceber que esses candidatos estão na disputa. Atualmente, posso afirmar que 70% do eleitorado ainda não está pensando em candidatura. Isso se deve ao fato de estarmos longe da disputa. O eleitorado que decide a eleição, que corresponde a 80% da população com escolarização até um salário mínimo e meio, e que não gosta da política, dos partidos ou dos políticos, só começa a tomar decisões efetivas após o início do horário eleitoral na televisão e no rádio, especificamente nas últimas três semanas antes da eleição.

Confira, em áudio, a análise geral da corrida eleitoral em Belém pelo cientista político Edir Veiga

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