Uma pesquisa de abrangência nacional divulgada pelo Instituto AtlasIntel aponta um cenário desfavorável para o prefeito de Belém, Igor Nomando (MDB). O estudo, que avaliou a percepção da população sobre as administrações das capitais brasileiras, posiciona o gestor belenense apenas na 17ª colocação no ranking geral de aprovação entre 26 prefeitos. Quando a análise se volta especificamente para a avaliação da gestão municipal, Belém cai ainda mais, ocupando o 19º lugar.
O levantamento foi realizado entre os dias 6 de outubro e 5 de dezembro e reuniu 82.781 entrevistas em todo o país, sendo 1.377 delas com moradores de Belém. Os dados revelam um quadro de divisão e desgaste: 43% dos entrevistados desaprovam a gestão de Igor Nomando, enquanto 42% manifestam aprovação. Outros 15% afirmaram não saber ou preferiram não responder.
Na avaliação qualitativa da administração, os números são ainda mais críticos. Apenas 19% dos belenenses classificam a gestão como “ótima” ou “boa”. Para a maioria dos entrevistados, 47%, o desempenho do prefeito é considerado “regular”. Já 32% avaliam a administração como “ruim” ou “péssima”.
A pesquisa foi concluída antes da apresentação, na Câmara Municipal de Belém, do projeto de lei que ficou conhecido como “pacote da maldade”. A proposta prevê a atualização do valor venal dos imóveis com base nos preços de mercado, o que, na prática, representa aumento do IPTU e encarecimento do ITBI, imposto cobrado nas transações imobiliárias.
Além do impacto direto sobre os contribuintes, o pacote também traz alterações nas regras do funcionalismo público municipal, com a retirada ou redução de direitos historicamente garantidos à categoria. As medidas provocaram forte reação entre os servidores e culminaram na aprovação de uma greve geral, prevista para janeiro de 2025.
O conjunto de dados indica que, antes mesmo da tramitação das propostas mais controversas da atual gestão, o prefeito já enfrentava um nível elevado de insatisfação popular, o que pode acirrar ainda mais o cenário político na capital paraense nos próximos meses.
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