Um levantamento realizado pela Ipsos-Ipec revelou que 43% dos brasileiros não concordam com a escolha de Belém como sede da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para novembro de 2025. A pesquisa, divulgada neste domingo (14), aponta que a rejeição está ligada, principalmente, a questões de infraestrutura e logística.
Por outro lado, 33% dos entrevistados consideram acertada a decisão de manter o encontro em uma cidade da Amazônia, enquanto 24% não souberam ou não quiseram opinar.
Entre os grupos que mais rejeitam Belém como sede estão: homens (45%), pessoas de 35 a 44 anos (47%), com ensino médio completo (45%), moradores das regiões Nordeste, Sudeste e Sul (44%), habitantes de capitais (45%) e de cidades com mais de 500 mil habitantes (47%), além daqueles com renda acima de cinco salários mínimos (52%), pretos e pardos (44%), evangélicos (47%) e pessoas pouco informadas sobre a COP30 (48%).
Outro dado relevante é que 62% dos que defendem a mudança para uma cidade com maior infraestrutura também não apoiam a realização do evento no Brasil.
Custos preocupam autoridades estrangeiras
Além da opinião pública, autoridades internacionais também manifestaram desconforto com os altos custos da conferência em Belém. Em julho, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, revelou que alguns países pediram oficialmente a mudança de sede por conta dos preços elevados da rede hoteleira.
No início de agosto, o presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciou que não participará do encontro em razão dos “custos particularmente altos” e das restrições orçamentárias do país. A expectativa é de que outras desistências sejam anunciadas até novembro.
O governo federal afirmou que realizou pesquisa de preços com os hotéis no início do ano e que pretende hospedar parte da delegação brasileira em instalações militares reformadas, que já contam com cerca de 2.000 leitos disponíveis.
Metodologia da pesquisa
O estudo da Ipsos-Ipec entrevistou 2.000 pessoas maiores de 16 anos em 132 municípios, entre os dias 4 e 8 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
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