A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Pará instaurou um procedimento administrativo para investigar uma denúncia de violência doméstica envolvendo dois delegados, ambos integrantes da corporação. O caso veio à tona após a Justiça conceder medidas protetivas à vítima, que atua na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Belém. A instituição confirmou, nesta segunda-feira (8), que cumpriu as determinações judiciais e deu início à apuração interna.
Segundo a PC, “as medidas judiciais foram cumpridas e procedimento administrativo foi aberto, visando apurar os fatos”. A delegada relatou que as agressões seriam recorrentes e, segundo ela, começaram há mais de 15 anos, quando os filhos do casal ainda eram crianças. O primeiro episódio teria ocorrido durante uma viagem a Salinas, quando o marido, também delegado, teria tentado agredi-la dentro do carro.
Episódio de novembro motivou medidas protetivas
De acordo com a decisão judicial, a situação mais grave ocorreu em 15 de novembro de 2025, quando uma discussão doméstica evoluiu para violência física. Após um desentendimento envolvendo o filho do casal, a delegada tentou registrar o comportamento do marido com o celular. O delegado, segundo o relato, reagiu agressivamente, tomou o aparelho, empurrou a esposa, rasgou seu vestido e a lançou contra o painel da televisão, causando ferimentos. Em outra agressão, um empurrão teria provocado uma queda que lesionou o punho da vítima.
Além das agressões físicas, o documento judicial aponta que o delegado teria ameaçado o filho com a frase: “se tu dormir aqui hoje, eu vou te dar um tiro”, além de ter arremessado objetos, arrancado cabos de computador e ameaçado destruir a árvore de Natal. Uma diarista e o filho do casal testemunharam parte das agressões.
Medidas impostas pela Justiça
O juiz de plantão entendeu que existia risco concreto à integridade física e psicológica da delegada, determinando medidas como:
- Afastamento imediato do lar;
- Proibição de aproximar-se a menos de 100 metros da vítima, familiares e testemunhas;
- Suspensão do porte de arma fora do serviço;
- Proibição de contato por qualquer meio;
- Vedação ao acesso à residência e à academia da vítima;
- Cancelamento das procurações concedidas pela esposa ao marido.
A Polícia Civil afirmou que todas as ordens judiciais foram executadas e que o caso está agora sob apuração da Corregedoria-Geral, que conduz o procedimento interno paralelamente à investigação judicial.
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