Pastor pede afastamento do presidente da Comieadepa por fala racista - Estado do Pará Online

Pastor pede afastamento do presidente da Comieadepa por fala racista

Pedido de afastamento cautelar do presidente da Comieadepa foi protocolado após discurso polêmico em congresso evangélico em Itaituba.

O pastor Océlio Nauar, presidente da Mesa Diretora da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Pará (Comieadepa) e líder da Assembleia de Deus em Tucuruí, no sudeste paraense, é alvo de uma representação ético-disciplinar com pedido de afastamento cautelar do cargo. A medida foi protocolada nesta quinta-feira (14) pelo pastor Erivaldo Monteiro Marques, de Belém.

O documento busca apurar o discurso proferido por Océlio no último dia 9, durante um congresso feminino evangélico em Itaituba, no oeste do Pará. A declaração, feita diante de fiéis, incluindo adolescentes e jovens, gerou acusações de racismo e sexismo e provocou intensa repercussão nas redes sociais.

Em sua fala, transmitida ao vivo e registrada em vídeo, Océlio afirmou: “Quando você for casar, escolha com quem for casar. Se você escolher uma branquinha, tem mais despesa, é mais caro. Escolhe uma morena que gasta menos. As branquinhas começam a ter um negócio aqui, tem que comprar mais creme, vai ficando cara. Mas, o amor é cego”.

A repercussão foi imediata, com internautas e membros religiosos classificando a postura como “lamentável” e cobrando retratação pública. A equipe de Océlio alegou que a frase foi “tirada de contexto” e se referia a um tratamento dermatológico de alto custo feito por sua esposa, que é branca. Segundo a defesa, um grupo com “intenções políticas” teria distorcido o trecho para prejudicar a imagem do pastor.

Após o episódio, o líder religioso desativou os comentários em suas publicações mais recentes no Instagram. Na representação, o autor argumenta que, ao invés de reconhecer o erro, Océlio se vitimizou nas redes sociais, agravando o impacto sobre a comunidade atingida.

Océlio Nauar assumiu a presidência da Comieadepa em 10 de abril deste ano, após a renúncia do pastor Ritter Marques, que deixou o cargo depois de um vídeo íntimo vir a público. Na ocasião, Océlio prometeu uma gestão com “transparência, diálogo e restauração da confiança”. A denúncia aponta que o discurso atual contraria esse compromisso e amplia a crise de imagem da convenção.

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