Paraenses retornam a Belém em meio à escalada da guerra no Oriente Médio

Rosana e Yasmim devem chegar a Belém na próxima sexta-feira (10), onde planejam recomeçar suas vidas longe do conflito

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A Força Aérea Brasileira (FAB) intensificou, nesta segunda-feira (7), a Operação Raízes do Cedro, uma ação destinada a repatriar brasileiros que se encontram em áreas afetadas pela escalada do conflito no Oriente Médio. Este resgate ocorre em um momento crítico, com a intensificação das ações militares de Israel, levando à evacuação de civis da região.

O conflito entre Israel e o grupo Hamas, que se agravou ao longo do último ano, ganhou novas dimensões com a participação de outros grupos armados, como o Hezbollah, e a influência do Irã.


Nos últimos meses, os combates se expandiram além da Faixa de Gaza, atingindo a Cisjordânia e o Líbano, o que aumenta a preocupação com a segurança de civis e a necessidade urgente de evacuações.

Estima-se que cerca de 20 mil brasileiros residam atualmente no Líbano, com aproximadamente 3 mil manifestando interesse em deixar o país devido à escalada da violência.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu um grupo de repatriados em São Paulo, destacou a gravidade da situação ao criticar as operações militares israelenses. “A guerra só destrói. O que constrói é a paz”, afirmou durante sua fala.

Na primeira fase da repatriação, realizada no último domingo (6), 229 brasileiros foram trazidos de volta ao Brasil. O plano do governo brasileiro é realizar voos regulares para repatriar cerca de 500 cidadãos por semana que se encontram em regiões afetadas pelo conflito.

Um relato do paraense Dr. Héliton Tavares, cuja irmã, Rosana Tavares Said, e a sobrinha, Yasmim Letícia Said, residem em Beirute há 30 anos. Ele expressou sua preocupação com a segurança delas em meio ao conflito. “A situação se tornou insustentável. Elas viviam com medo constante dos bombardeios. Não era mais possível esperar”, afirmou.

Dr. Héliton e sua família mobilizaram-se para garantir a inclusão de Rosana e Yasmim no processo de repatriação. “Quando soubemos que elas não foram incluídas no primeiro voo, o desespero tomou conta. A embaixada não as incluiu porque descobriram que já tinham um voo para Portugal. A angústia foi insuportável”, contou.


Após uma intensa troca de comunicação com a embaixada, Dr. Héliton anunciou que suas irmãs foram finalmente incluídas no voo de repatriação. “Foi um alívio saber que elas estariam a caminho de casa. Agora, a expectativa é de que elas cheguem a Belém com segurança”, disse, aliviado.

Rosana e Yasmim devem chegar a Belém na próxima sexta-feira (10), onde planejam recomeçar suas vidas longe do conflito. “Embora tenham deixado uma vida de 30 anos para trás, a segurança e o bem-estar são prioridades. O Líbano, que era um lar, agora representa risco e incerteza”, declarou Dr. Héliton.


A Operação Raízes do Cedro continuará a garantir a segurança dos brasileiros que desejam retornar ao Brasil em meio ao caos.

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