Milhares de pessoas ocuparam a avenida Doca de Souza Franco e seguiram até a Praça Waldemar Henrique neste domingo (28), na 23ª Parada do Orgulho LGBTI+ do Pará, que neste ano estreou como patrimônio cultural imaterial do município de Belém.
A programação começou com concentração ao meio-dia e saída às 15h30. Trios elétricos com artistas locais, drags e DJs animaram o percurso, que terminou com apresentações no palco montado na chegada e show de encerramento da banda Fruto Sensual.
Entre as autoridades presentes, a vereadora Vivi Reis (PSOL), autora da lei que reconheceu a Parada como patrimônio cultural, destacou o evento como símbolo de resistência e pertencimento. Já a vereadora Marinor Brito (PSOL), madrinha histórica da Parada, afirmou sentir honra em representar o movimento e frisou a importância da luta contra o preconceito.
Também marcou presença a secretária municipal de Secretária de Bem-Estar Social, Bruna Lorrane, que ressaltou a relevância de participar como primeira secretária trans da capital paraense. Para ela, o reconhecimento da Parada como patrimônio imaterial reforça o papel político e social da população LGBTI+ na cidade.


Em meio às celebrações, a presença do vereador Zezinho Lima (PL) gerou polêmica. Com um porrete na mão, o bolsonarista afirmou ter ido fiscalizar a participação de crianças e adolescentes no evento. Em entrevista, declarou que encontrou poucas crianças, todas acompanhadas dos pais, e considerou a situação tranquila. Sua postura, no entanto, foi vista como uma provocação por parte dos manifestantes.
Além da passeata, a organização promoveu a primeira Feira da Diversidade na véspera, na Praça Waldemar Henrique, com empreendedores LGBTI+, emissão de documentos, serviços jurídicos e ações de saúde, como testes rápidos e vacinação. Também houve a entrega do Prêmio Cidadania LGBTI+, reconhecendo ativistas que contribuíram historicamente para o movimento no Pará.
A realização foi do Grupo Homossexual do Pará, que há 23 anos organiza a Parada em Belém. Para os organizadores, o reconhecimento como patrimônio imaterial fortalece a preservação da memória do evento e amplia a visibilidade da comunidade na Amazônia.
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