A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) recebeu, nesta sexta-feira (10), a primeira remessa do medicamento fomepizol, principal antídoto utilizado no tratamento da intoxicação por metanol. O envio foi feito pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Ao todo, o governo federal adquiriu 2,5 mil ampolas do fármaco, que estão sendo distribuídas proporcionalmente entre os Estados, conforme critérios populacionais e situações de urgência. No Pará, o medicamento será armazenado nas Centrais de Abastecimento Farmacêutico e ficará à disposição das unidades hospitalares para uso conforme a demanda clínica, seguindo orientações da Nota Técnica nº 459/2025-CGAFME/DAF/SECTICS/MS.
Uso controlado e acompanhamento médico
O fomepizol só pode ser administrado sob supervisão médica, conforme regulamentação do Ministério da Saúde. A diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica da Sespa, Larisse Oliveira, ressaltou a importância da rápida disponibilização do antídoto.
“A administração precoce é indicada diante de suspeita clínica ou confirmação diagnóstica, especialmente quando há sintomas compatíveis com o quadro tóxico. O tratamento inclui o uso do antídoto específico e suporte intensivo em unidades especializadas”, explicou Larisse.
A médica infectologista Vânia Brilhante, do Núcleo de Gestão e Estratégia em Segurança do Paciente (NEGESP/Sespa), destacou que o medicamento atua bloqueando a formação de substâncias tóxicas no organismo.
“O fomepizol inibe a formação de metabólitos como o formaldeído e o ácido fórmico, que são os principais responsáveis por complicações graves, como cegueira, falência de órgãos e até óbito. O medicamento é aplicado por via intravenosa e o tratamento pode durar alguns dias, com doses administradas a cada 12 horas”, explicou.
Como o medicamento age no organismo
O fomepizol bloqueia a ação da enzima álcool desidrogenase, que transforma o metanol em compostos altamente tóxicos. Ao impedir essa conversão, o medicamento reduz significativamente os danos causados ao corpo, prevenindo lesões neurológicas, cegueira irreversível e falência de órgãos vitais.
Vigilância ativa no Estado
Segundo a Sespa, não há casos registrados de intoxicação por metanol no Pará neste momento. Mesmo assim, o Estado mantém vigilância permanente, atuando em conjunto com os diferentes níveis do Sistema Único de Saúde (SUS), órgãos de controle e sociedade civil para prevenir e detectar precocemente ameaças à saúde pública.
A secretária de Estado de Saúde Pública, Ivete Vaz, destacou que o recebimento do medicamento reforça a capacidade do Pará de responder rapidamente a situações emergenciais.
“A chegada do fomepizol representa um avanço importante na nossa capacidade de resposta a emergências. Embora não tenhamos casos registrados, é fundamental estarmos preparados. O medicamento será armazenado com segurança e disponibilizado às unidades de saúde conforme a necessidade, garantindo um atendimento qualificado à população”, afirmou.
O fomepizol é considerado o tratamento mais eficaz contra a intoxicação por metanol, condição que exige intervenção médica imediata devido ao alto risco de sequelas e morte.
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