Durante a COP30, em Belém, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta quinta-feira (13) um mapa que rompe com a lógica tradicional da cartografia mundial. A nova representação, chamada “Mapa-múndi invertido — Pará no centro do mundo”, coloca a Amazônia e o Brasil como eixo do planeta, reposicionando o olhar geográfico e simbólico sobre o território.
No novo desenho, o hemisfério Sul aparece na parte superior e o Norte na inferior, deslocando o ponto de referência habitual e provocando uma reflexão sobre como o mundo é representado. A mudança faz de Belém o centro do mapa, em uma metáfora poderosa para o papel da cidade na conferência e nas discussões globais sobre o clima e o futuro da Amazônia.
Segundo o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, o projeto vai além de um gesto estético. “A inversão do mapa-múndi com Belém e o Brasil no centro é um ato propositivo de descolonização cognitiva. Simboliza que o modo como se representa o espaço está profundamente conectado ao protagonismo da COP30”, afirmou à Agência Brasil.
O instituto explica que o mapa busca valorizar Belém como capital simbólica do Brasil durante o evento e evidenciar a dimensão territorial da Amazônia Legal, que abrange nove estados e faz fronteira com países que compartilham a maior floresta tropical do planeta.
Para Pochmann, a proposta reforça o papel do Brasil como voz ativa no debate ambiental global. “Ao colocar o Pará no centro, destacamos não apenas uma nova perspectiva geográfica, mas também simbólica — que valoriza o protagonismo da Amazônia e de seus povos nas discussões globais sobre o futuro do meio ambiente. Essa inversão nos lembra que o olhar sobre o mundo pode (e deve) mudar, reconhecendo a importância de diferentes territórios e realidades na construção de um planeta mais equilibrado e sustentável”, completou.
A imagem, que será exibida nos espaços da conferência e divulgada nas plataformas digitais do IBGE, traz o Pará como símbolo de centralidade ambiental e geopolítica em um momento em que o mundo inteiro volta seus olhos para a Amazônia.











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