Pará e estados do Norte registram alta de SRAG, aponta Fiocruz - Estado do Pará Online

Pará e estados do Norte registram alta de SRAG, aponta Fiocruz

Para os moradores da região Norte, incluindo o Pará, a orientação é utilizar máscaras em locais fechados e em postos de saúde

Vacinação
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Divulgado nesta quinta-feira (20), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz revela que estados da região Norte, incluindo o Pará, apresentaram incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas. O levantamento aponta tendência de crescimento no longo prazo, até a Semana Epidemiológica (SE) 11, que compreende o período de 9 a 15 de março. No Pará, assim como no Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins, a alta de casos preocupa autoridades de saúde.

A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, explica que o aumento de SRAG nesses estados está relacionado, em grande parte, ao crescimento de casos entre crianças de até dois anos, possivelmente devido ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

“Contudo, apenas no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul há dados laboratoriais suficientes para confirmar essa relação. No Norte, a manutenção do crescimento de SRAG entre crianças e adolescentes de dois a 14 anos também é preocupante, mas já há sinais de desaceleração ou início de queda em alguns estados. No Acre, Pará e Goiás, há indícios de aumento entre jovens e adultos, porém ainda sem identificação do vírus responsável”, destaca Portella.

Entre os idosos, a retomada do crescimento dos casos de SRAG é observada em Roraima e Mato Grosso, enquanto em Tocantins há indícios de desaceleração. No Pará, a incidência da doença entre os idosos segue sendo monitorada.

O estudo reforça que o VSR tem sido o principal vírus associado aos casos em crianças pequenas, enquanto entre crianças mais velhas, o rinovírus predomina. Outros vírus, como adenovírus e metapneumovírus, também foram identificados, porém em menor quantidade. Entre os idosos das regiões Norte e Centro-Oeste, a incidência de SRAG segue baixa na maioria dos estados, exceto em Mato Grosso e Roraima, onde há sinais de aumento. “Ainda não há informações sobre qual vírus está contribuindo para esse crescimento. Pode ser a Covid-19 ou até mesmo influenza A”, pontua Portella.

Recomendações e prevenção

Para os moradores da região Norte, incluindo o Pará, a orientação é utilizar máscaras em locais fechados e em postos de saúde. No caso das crianças, a recomendação é evitar a escola caso apresentem sintomas gripais. Além disso, a pesquisadora destaca a importância de manter a vacinação contra a Covid-19 em dia, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.

Situação nacional

Em nível nacional, o boletim aponta aumento dos casos notificados de SRAG na tendência de longo prazo e estabilização no curto prazo. Em 2025, já foram registrados 21.498 casos da doença, sendo 7.799 (36,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 9.884 (46%) negativos e 2.264 (10,5%) ainda aguardando análise.

Entre os casos confirmados, a distribuição dos vírus foi: 5,8% de influenza A, 2,1% de influenza B, 19,6% de VSR, 27,8% de rinovírus e 39,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os casos positivos foram compostos por 4,8% de influenza A, 1,1% de influenza B, 30,5% de VSR, 36,5% de rinovírus e 26,5% de Sars-CoV-2.

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