Um estudo aplicou o Índice de Progresso Social (IPS), uma metodologia internacional que calcula o bem-estar da população a partir de dados oficiais, em todas as cidades brasileiras. O ranking resultante avaliou a qualidade de vida dos 5.700 municípios do país. O Pará apresentou os piores resultados.
O resultado revelou que o interior de São Paulo ocupa as melhores colocações, enquanto a Amazônia, especialmente o Estado do Pará, tem os piores índices. As cidades e suas posições no Pará incluem:
- 5569 – Trairão
- 5568 – Bannach
- 5567 – Jacareacanga
- 5566 – Cumaru do Norte
- 5565 – Pacajá
- 5564 – Uruará
- 5563 – Portel
O levantamento, denominado IPS Brasil, analisou mais de 300 indicadores, filtrando-os até chegar a 52, provenientes de órgãos oficiais e institutos de pesquisa como DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico. Os únicos dados inéditos foram produzidos pelo Mapbiomas, relativos a áreas verdes e disponibilidade de praças.
Como foi feito o estudo?
O IPS é dividido em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-estar e Oportunidades. Cada uma dessas dimensões possui quatro componentes, que formam a média final. Cada componente é composto por alguns indicadores, com pesos diferentes entre eles. Por exemplo, no componente de segurança, a taxa de homicídio tem peso maior do que a de morte de jovens.
Belém e Ananindeua
Belém também aparece entre as piores capitais, na 24ª colocação, à frente apenas de Maceió, Macapá e Porto Velho.
No ranking IPC Amazônia, Belém estava situada na 42ª posição em 2014, passando para 37ª em 2018, 20ª em 2021 e 32ª em 2023.
Já a cidade de Ananindeua, estava na 273ª colocação em 2014, passando para 248ª em 2018, 268ª em 2020, finalizando na 135ª posição em 2023.
Pará tem os piores municípios
As cidades com piores resultados do Brasil ilustram situações na Amazônia. Anapu (PA), por exemplo, o 11º pior, é conhecida pela tragédia da Irmã Dorothy, em uma região de desmatamento. Jacareacanga (PA) enfrenta problemas com o garimpo intenso e Trairão (PA) com a extração ilegal de madeira.
“A Amazônia enfrenta problemas sociais mais críticos devido à sua vasta extensão e logística difícil, o que dificulta a provisão de serviços no interior. Além disso, há problemas de ilegalidade nas atividades econômicas, que são predatórias e inibem investimentos. Isso perpetua a pobreza. A situação de segurança pública também se agravou na região, com a chegada do crime organizado”, explica Beto Veríssimo, coordenador do IPS Brasil, em entrevista ao Jornal O Globo.
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