Uma organização criminosa composta por militares da ativa e da reserva foi descoberta pela Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta semana. O grupo mantinha uma empresa clandestina especializada em espionagem e homicídios por encomenda, com alvos que iam de cidadãos comuns a ministros do Supremo Tribunal Federal.
O desdobramento da operação, que teve início com a apuração do assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro de 2023, revelou que o crime estaria ligado a uma disputa por terras avaliadas em R$ 100 milhões. A investigação inicial encontrou, no celular da vítima, indícios de corrupção no Judiciário, o que levou o caso ao Supremo Tribunal Federal e deu origem à operação.
Documentos apreendidos na casa do coronel da reserva Etevaldo Cassadini detalhavam a estrutura da organização, batizada de “Comando C4″ — Comando de Caça a Comunistas Corruptos e Criminosos. Entre os papéis, havia uma tabela de preços para crimes de espionagem e assassinato: R$ 50 mil para civis, R$ 100 mil para deputados, R$ 150 mil para senadores e R$ 250 mil para ministros do Judiciário.
Na ação mais recente, a PF cumpriu mandados de prisão e busca em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. O fazendeiro Aníbal Moreno Laurindo, suspeito de ser o mandante do assassinato, e o coronel Luiz Caçadinho, apontado como intermediador, estão entre os alvos.
Já nesta quinta-feira (29), a oitava fase da operação levou ao afastamento do juiz Ivan Lúcio Amarante, acusado de envolvimento no esquema de venda de sentenças judiciais e lavagem de dinheiro. Cerca de cerca de R$ 30 milhões em seu nome foram bloqueados por ordem do STF. As investigações seguem em andamento.
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