Obra furtada do museu Emílio Goeldi avaliada em R$120 mil é recuperada após 16 anos

A obra, intitulada "Delectus Florae et Faunae Brasiliensis", foi encontrada após uma meticulosa investigação conduzida pelos curadores do Museu Goeldi, que cruzaram informações com o banco de dados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

livro recuperado
Foto: Janine Valente/MPEG

O Museu Paraense Emílio Goeldi, apresentou nesta terça-feira (23), mais um livro recuperado, furtado de seu acervo de obras raras e especiais em 2008, avaliado em cerca de R$ 120 mil.

A obra, intitulada “Delectus Florae et Faunae Brasiliensis”, foi encontrada após uma meticulosa investigação conduzida pelos curadores do Museu Goeldi, que cruzaram informações com o banco de dados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) para verificar a autenticidade do livro.

A curadora da coleção de obras raras do Museu Goeldi, Berenice Bacelar, revelou que, durante o furto, a capa original do livro foi substituída, sendo levado apenas o miolo. “O retorno desta obra é gratificante, pois sempre há uma lacuna no acervo quando algo é retirado”, destacou.

Foto Divulgação

O momento da recuperação coincide com o Dia Mundial do Livro, celebrado nesta terça-feira (23), adicionando um aspecto simbólico à recuperação do valioso item. A obra foi adquirida em um leilão pelo Instituto Itaú Cultural.

Recentemente, outras duas obras do acervo do museu também foram recuperadas em uma operação da Polícia Federal na Argentina e em Londres. Entre elas, está uma obra holandesa com mais de 300 anos e outra com valor estimado em cerca de 20 mil euros (mais de 100 mil reais).

O livro recuperado é do século XIX e foi escrito pelo botânico, zoólogo e entomologista austro-húngaro-alemão, Johann Christian Mikan, sendo publicado em quatro partes entre os anos de 1820 e 1825. A obra contém 24 litogravuras coloridas à mão por Ferdinand Lucas Bauer, Brunner, Buchberger, Funk, Sandler, Satory e Stoll, representando uma importante contribuição para o estudo da fauna e flora dos arredores do Rio de Janeiro.

Para proteger tesouros como este, o Museu Goeldi implementou medidas rigorosas de segurança, incluindo a criação de uma sala-cofre, acessível apenas mediante agendamento prévio para consultas técnicas por profissionais credenciados, conforme revelou Nilson Gabas Jr, diretor do museu paraense.

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