O sábado (13) no Festival Psica 2025 — O Retorno da Dourada — trouxe ao público de Belém um dos nomes mais tradicionais da música brasileira: a Nação Zumbi. A banda pernambucana, ícone do movimento manguebeat que surgiu no início dos anos 1990 em Recife e revolucionou a música nacional ao mesclar ritmos regionais com rock, hip-hop, funk e outros estilos, subiu ao palco Rio Voador com clássicos que ecoaram no Mangueirão.
Em entrevista concedida ao Estadão do Pará On-line após o show, o vocalista Jorge Du Peixe falou sobre o que representa tocar na Amazônia, destacando o papel cultural da região. Para ele, a conexão com Belém vai além de um show: “aqui é o pulmão, a pulsação maior do país”, afirmou, sugerindo que o encontro entre a energia local e a tradição do manguebeat ainda tem muito a oferecer.
Du Peixe também comentou sobre a importância de expandir a presença de ritmos regionais brasileiros, mencionando a guitarrada e o carimbó para além de seus cenários originais. “É preciso um incentivo cultural à cena local”, disse, em um momento em que o festival busca reforçar a pluralidade sonora que une Amazônia, Nordeste e outras tradições musicais.
Em outro trecho da conversa, o cantor abordou um tema que extrapola a música: as manifestações previstas para domingo (14), na Escadinha da Doca, que pedem a devolução do Congresso ao povo. Jorge Du Peixe afirmou que apoia a mobilização, ressaltando a importância de expressões públicas de cidadania em tempos de debate político intenso.
A Nação Zumbi continua ativa desde sua formação, mantendo vivo o legado do manguebeat mesmo após a morte de Chico Science em 1997 e a transição de Du Peixe para os vocais. O movimento, que nasceu como uma resposta cultural à marginalização do Nordeste e hoje é reconhecido nacionalmente, ganhou projeção internacional e permanece influente, com repertório que dialoga tanto com questões sociais quanto com a diversidade musical brasileira.
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