MPF pede R$ 10 milhões de multa e bloqueio das redes de Helder Barbalho por espionagem ilegal contra indígenas - Estado do Pará Online

MPF pede R$ 10 milhões de multa e bloqueio das redes de Helder Barbalho por espionagem ilegal contra indígenas

Procuradores pedem à Justiça punições mais duras contra o governador Helder Barbalho, acusado de desrespeitar decisões judiciais há mais de 90 dias.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça que o governo do Pará promoveu monitoramento ilegal de lideranças indígenas e quilombolas que ocuparam a sede da Seduc, em Belém, no início do ano, durante protesto por melhorias na educação.

De acordo com o órgão, o próprio secretário adjunto de Inteligência da Segup admitiu em depoimento que havia “colaboradores” infiltrados nos movimentos, inclusive entre lideranças protegidas pelo Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PPDDH). Para os procuradores, a prática é ilegal e “absolutamente preocupante”, por violar direitos fundamentais e desvirtuar a finalidade do programa de proteção.

Na manifestação encaminhada à Justiça, assinada por integrantes do Grupo de Apoio ao Núcleo Povos da Floresta, do Campo e das Águas (Gapovos), o MPF solicita que as informações obtidas pela espionagem sejam desconsideradas e que as punições contra o Estado e o governador sejam endurecidas. Entre as medidas requeridas estão:

  • bloqueio imediato das redes sociais de Helder Barbalho (MDB) até que seja publicada resposta das comunidades;
  • aumento das multas para R$ 10 milhões contra o Estado e o governador;
  • reconhecimento de que a conduta do chefe do Executivo estadual configura ato atentatório à dignidade da Justiça.

O MPF também determinou a abertura de investigação própria sobre o caso, além de requisitar documentos e explicações de órgãos estaduais e federais ligados ao PPDDH.

Segundo os procuradores, Helder Barbalho desrespeita a Justiça há mais de 90 dias ao se recusar a publicar o direito de resposta das comunidades, sob a alegação de que isso poderia prejudicar sua imagem política às vésperas da COP30, em Belém.

O órgão pede ainda a condenação final do governador e do Estado pela disseminação de desinformação e pelo dano moral coletivo causado às comunidades tradicionais.

A reportagem solicitou um posicionamento do Governo do Pará e aguarda um retorno.

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