O Ministério Público do Pará (MPPA) recomendou que o Governo do Estado assuma a operação do BRT de Belém, com o objetivo de unificar o serviço ao BRT Metropolitano, que está em fase de implantação e já é gerido pelo Executivo estadual. A medida busca criar um sistema único de transporte público na Região Metropolitana, com tarifa e estrutura integradas.
A proposta visa corrigir falhas operacionais que comprometem o funcionamento do BRT da capital, implantado há mais de dez anos, mas que até hoje não funciona como previsto no projeto original. Em entrevista à repórter Juliana Alvarez, da TV Liberal, o promotor de justiça Raimundo Moraes explicou que o sistema vai além da infraestrutura de canaletas e estações, sendo necessário integrar operação, controle e cobertura territorial.
“O BRT não é apenas uma estrutura física, ele tem uma lógica de sistema que precisa alcançar todas as áreas da cidade. Hoje temos dois sistemas atuando separadamente, sem integração física nem tarifária”, apontou o promotor.
A ausência de uma bilhetagem única e a superposição de serviços são alguns dos problemas destacados pelo MPPA, que já vinha dialogando com os prefeitos da região e com o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM). Segundo Moraes, tanto o NGTM quanto o prefeito de Belém, Igor Normando, demonstraram interesse em seguir com a proposta de unificação.
Enquanto isso, usuários continuam enfrentando dificuldades no uso do BRT de Belém. Estações parcialmente desativadas, ônibus lotados e longas esperas fazem parte da rotina de passageiros como Renilson Souza e Tatiana Oliveira, que relatam os transtornos diários.
O BRT da capital foi planejado para ligar Icoaraci ao centro de Belém, com conclusão inicialmente prevista para 2013. A obra, que começou com orçamento de R$ 263 milhões, já consumiu quase R$ 980 milhões, mas não entrega os benefícios esperados.
A prefeitura informou que já foi notificada da recomendação e está em tratativas com o Governo do Estado para definir os próximos passos.
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