MP aceita denúncia de assédio contra procurador do IGEPPS; clima de medo também atinge a PGE - Estado do Pará Online

MP aceita denúncia de assédio contra procurador do IGEPPS; clima de medo também atinge a PGE

Funcionárias relatam medo e denunciam omissão da PGE; acusado também é investigado por outro caso envolvendo a própria enteada

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A denúncia de assédio sexual contra o procurador Alexandre Ferreira Azevedo, que atua no Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), foi aceita pelo Ministério Público do Pará (MP-PA) e agora tramita em uma das Promotorias de Justiça Criminal do Juizado Especial da Capital.

O MP decidiu evoluir o caso para Notícia de Fato após recebê-lo pela Ouvidoria da Mulher e analisar os relatos apresentados pelas vítimas.

A reportagem do Estado do Pará Online revelou em maio que servidoras do IGEPPS acusam Alexandre de tirar fotos íntimas de colegas sem consentimento, durante o expediente, inclusive em reuniões dentro do próprio instituto.

As mulheres relatam um ambiente de medo e constrangimento, agravado pela presença frequente do procurador nos espaços de trabalho. “Algumas colegas já estão amedrontadas de ficar no mesmo ambiente de trabalho que o procurador está”, disse uma das denunciantes.

O clima, antes restrito ao IGEPPS, agora também atinge a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), já que Alexandre, que antes atuava apenas remotamente, passou a frequentar fisicamente o prédio do órgão.

Apesar das denúncias e da repercussão do caso, a PGE ainda não se manifestou oficialmente, o que tem gerado críticas por parte de quem acompanha o caso de perto. As funcionárias denunciam omissão da instituição, que deveria oferecer respaldo imediato às vítimas, já que tudo acontece na estrutura administrativa do IGEPPS.

De acordo com relatos enviados à reportagem, o comportamento abusivo do procurador seria amplamente conhecido dentro do órgão, onde ele é descrito como “predador”, “galinha” e “assediador”. As imagens captadas por ele no IGEPPS foram anexadas a outro processo, que apura um caso anterior de assédio sexual contra a própria enteada do acusado, à época com 14 anos.

O MP recebeu formalmente a denúncia no dia 11 de junho e, no dia seguinte, encaminhou o caso à Coordenadoria Criminal, que distribuiu para uma promotoria especializada para as providências cabíveis. A apuração segue sob sigilo.

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