O arquiteto carioca Lucas Perpétuo apresentou recentemente a estética periférica paraense conhecida como “Raio que o Parta” a públicos de outras regiões do Brasil por meio de suas redes sociais. O estilo surgiu nos anos 1940, durante a expansão do modernismo, como forma de apropriação popular de elementos da arquitetura pensada para a elite.
Criado a partir do uso de cacos de azulejo vendidos por preços baixos, o movimento representava uma solução estética viável para as periferias. Com composição irregular e colorida, os moradores passaram a transformar fachadas e muros com padrões próprios, sem seguir as regras estabelecidas pelos arquitetos da chamada elite.
Lucas relembra que o “Raio que o Parta” foi, antes de tudo, uma maneira de transformar sobras da indústria em expressão coletiva. A observação de obras modernistas destinadas às elites serviu como base para uma versão mais acessível e única.
Ao divulgar esse tipo de arquitetura, o arquiteto reforça o papel da periferia como produtora de cultura visual e não apenas como espaço de carência. Para ele, o movimento é uma resposta à exclusão que também se impõe pelas paredes das cidades.
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