Motoqueiros matam ex-guarda municipal na Pedreira

Segundo relatos de testemunhas, os agressores se aproximaram rapidamente e abriram fogo contra a vítima, disparando 17 vezes antes de empreenderem fuga.

Reprodução/ Redes Sociais

Na manhã deste domingo (05), um ataque a tiros chocou moradores do bairro da Pedreira, em Belém. O alvo do atentado foi o ex-Guarda Municipal de Benevides, João Carlos dos Santos Aquino, 33 anos, conhecido na comunidade como “Joãozinho”. Ele estava dirigindo uma moto quando foi surpreendido por dois homens que também estavam em outra moto e foi atingido a tiros pelas costas, quando chegava em sua casa, na travessa Curuzu, no bairro da Pedreira, em Belém.

Segundo relatos de testemunhas, os agressores se aproximaram rapidamente e abriram fogo contra a vítima, disparando dezessete tiros de pistola, antes de empreenderem fuga. Joãozinho, atingido por múltiplos tiros, caiu ao chão, em estado grave.

Um vídeo gravado de um prédio e outros obtidos através de câmeras de segurança mostram o momento do crime, onde os bandidos atiram na vítima e saem empurrando a moto em que estavam, pois ela falhou.

Moradores próximos ao local do incidente prontamente acionaram a polícia e os serviços de emergência, e Joãozinho foi socorrido e encaminhado às pressas para o Pronto Socorro Municipal da travessa 14 de Março, em Belém. João não resistiu aos ferimentos e faleceu.

As motivações por trás do ataque ainda não foram esclarecidas, deixando a comunidade local atônita e preocupada com a segurança nas ruas do bairro. Autoridades policiais que informaram nossa redação de que a moto usada no crime foi abandonada em outro bairro e já está em posse da policia, que segue investigando o caso e trabalhando para identificar e capturar os responsáveis pelo atentado.

Joãozinho é uma figura conhecida na comunidade onde mora por trabalhos sociais e benfeitorias realizadas. Recentemente disputou a eleição para o Conselho Tutelar de seu distrito – o DASAC, vindo a ficar como suplente e convidado a se filiar em um partido para disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Belém.

Rumores de que a vítima tinha envolvimento com o crime são negadas por familiares que dizem que ele foi preso recentemente depois de se apresentar em uma seccional de polícia, após ter escapado de uma emboscada armada por criminosos, informou a advogada de Joãozinho, que conseguiu sua libertação em poucos dias.

Leia a nota oficial enviada pela advogada do assassinado:

Todos os processos dos quais o João Aquino está vinculado dizem respeito exatamente a quem o João foi em vida! O mesmo nunca foi condenado por nenhum crime, sempre se defendeu de todas as acusações e nunca se eximiu de apresentar-se quando intimado. Está sendo veiculado ao nome do João a foto dele sendo preso, a referida prisão foi feita de forma totalmente arbitrária e covarde, ele foi acusado de associação criminosa, mas a própria vara de combate ao crime organizado alegou a incompetência que foi devidamente julgado pela Des. Vânia Lúcia Silveira que redistribuiu o processo para a Comarca de Mosqueiro, vez que, não restou comprovação haver algum tipo de organização criminosa no processo. Não bastando, até a presente data se quer, foi apresentada alguma denúncia em face das partes presentes no processo.
Fato é que, João Aquino brigava pelos seus, brigava “pela favela”, sendo um verdadeiro representante da comunidade, essa luta trazia inimigos e invejosos, pessoas que ainda em vida tentavam denegrir a imagem do João, mas a cada dia ele só se tornava mais forte. Por fim, reitera-se que João foi preso de maneira arbitrária e os fatos estão sendo devidamente apurado pela corregedoria.
Não há absolutamente nenhuma condenação contra o João Aquino! Nenhuma!

Sua família e amigos estão consternados com o ocorrido e pedem por justiça. João deixa dois filhos, uma de 15 e outro de 10 anos. Ele era formado em Direito e havia passado na primeira parte do exame da OAB e estava se preparando para a segunda etapa, que realizaria no próximo dia 19.

Este atentado ressalta a persistência da violência armada em algumas áreas de Belém e a necessidade urgente de medidas para conter e prevenir tais ataques, garantindo a segurança e a tranquilidade dos moradores locais. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, entre os dias 4 de novembro de 2023 e 28 de abril de 2024, 25 agentes de segurança foram baleados.

A distribuição da violência armada contra agentes de segurança ficou da seguinte forma:
Fora de serviço: 10 mortos e 7 feridos
Aposentado/exonerado: 1 morto e 2 feridos
Em serviço: 4 feridos
Não identificado: 1 ferido

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