Morre o policial atingido por tiros em operação contra sequestradores. Os tiros teriam saído de armamento da PM

PM morto em Belém foi baleado por PM
O soldado Adriano Francisco Leitão Neto foi baleado com cerca de sete tiros e não resistiu aos graves ferimentos, após participar de uma operação cheia de erros por parte dos agentes da Segurança Pública do Estado do Pará envolvidos no caso.

Assim como em Cametá, onde um soldado foi atingido por um tiro que partiu da arma de um tenente, policiais que participaram da emboscada a um grupo que havia sequestrado um empresário de Castanhal, afirmam que os tiros que atingiram o policial Adriano Francisco Leitão Neto saiu da arma de um ou mais policiais, após operação atabalhoada, na avenida Almirante Tamandaré, no bairro Batista Campos, na terça-feira (4), em Belém.

Veja as imagens do momento em que o soldado “Leitão” foi alvejado com sete tiros, durante operação policial em Belém.

Em vídeo gravado durante participação em um programa na sua rádio Metropolitana, o ex-deputado federal Wladimir Costa chegou a anunciar que policiais estavam na operação para proteger os bandidos.

O programa Balanço Geral, da TV Record Belém, apresentado pelo Marcus Pimenta narrou a seguinte versão para o fato: Um empresário com negócios no município de Castanhal teria sido sequestrado no município de São Miguel do Guamá e de lá levado para um cativeiro. O grupo de sequestradores teria vindo para Belém no carro da vítima. Ao tentarem abastecer em um posto de gasolina localizado na Av. Tamandaré, o frentista do posto abasteceu o carro com um outro tipo de combustível, diferente do que o veículo aceita.

O dono do posto de gasolina assumiu a culpa pelo erro no abastecimento e se responsabilizou em mandar levar o carro para uma oficina para lá ser fazer a retirada do combustível e a limpeza do tanque e demais componentes.

A Polícia ficou sabendo da localização do veículo na oficina, localizada em um bairro da periferia de Belém e de lá conduziu o mecânico e dono do estabeleciimento para prestar depoimento. Na delegacia, o telefone dele toca. Eram os sequestradores perguntando pela liberação do carro. O dono da oficina foi orientado pela polícia a marcar a entrega do veículo no mesmo posto onde ele havia parado para ser abastecido.

A polícia então montou uma emboscada para os sequestradores e um casal de suspeitos chegou em busca do carro. No momento da abordagem, mais de 20 tiros foram disparados contra o policial que estava à paisana, por ser da Inteligência da PM, e foi alvejado por sete tiros, sendo internado gravamente e às pressas em um hospital de Belém.

Segundo testemunhas oculares e familiares, o soldado “Leitão” chegou a gritar várias vezes dizendo que era polical, mas recebeu diversos tiros, entre eles, nas mãos, nos braços e coxas, vindo a perder muito sangue no local. Policiais ainda tentaram algemá-lo, pois achavam que ele era um dos sequestradores.

Amigos e familiares do policial morto indagam como uma operação policial pode reunir tantos policiais e ter sido tão mal conduzida, sendo que havia tido tempo para planejamento e o uso de estratégias para não haver nenhum disparo de arma de fogo.

Outro questionamento é sobre o fato da operação mesmo estando sob sigilo ter a presença do repórter policial Marcus Pimenta, apresentador do Balanço Geral, da TV Record Belém, que esperou por horas pelo desfecho da operação policial no local do ocorrido.

Na postagem do apresentador Marcus Pimenta, não há a indicação de quem teria feito os disparos e nem quem teria sido a vítima caída ao chão, depois da ação policial. A versão de que ocorreu uma troca de tiros foi divulgada por diversos veículos de imprensa, mas rechaçada por diversas pessoas, sobretudo amigos e familiares do policlal morto, que questionaram a falta da divulgação de que os tiros que atingiram a vítima – cerca de sete – terem sido disparados por um ou mais policiais e não pelo casal encontrado e preso no local, suspeitos de participarem do sequestro.

O casal foi preso e o policial faleceu na noite de hoje, 06, após diversas tentativas de recuperação dos ferimentos causados pelas balas que recebeu pelo corpo.

Em outro programa de rádio, a versão de que o soldado foi atingido por “fogo amigo” foi compartilhada por uma advogada, prima da vítima. Na entrevista a uma pessoa que relata com detalhes o ocorrido, podemos ouvir a denúncia de outro fato gravíssimo: Que policiais militares teriam ido até o hospital onde o policial baleado foi socorrido, em busca dos projéteis que atingiram o corpo da vítima.

Ouça os áudios que seriam de supostos policiais, onde reclamam da forma com que são tratados em momentos como esse.

A redação deste portal de notíciais enviou mensagem à Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Pará, onde busca confirmar o recebimento desta denúncia e os procedimentos que serão adotados para investigar o caso. Essa não é a primeira vez que solicitamos informação ou posicionamento por parte do Promotor Armando Brasil, que não nos respondeu sobre o caso do PM morto em Cametá e do servidor da UEPA e estudante de Direito negro, que foi torturado, preso e humilhado por agentes públicos no Pará.

ATUALIZAÇÃO

Segundo novas informações que chegam à nossa redação, a família do soldado “Leitão” informa que aguarda os amigos de farda no velório do policial, a partir do meio dia desta sexta, 7, e não faz questão das honrarias por parte da PM-PA, nem da presença do pelotão de motopatrulhamento e tão pouco da oficial que comandou a operação que acabou de forma desastrosa e fatal, assim como do comandante da PM paraense.

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