Um método inédito para montar genomas com menos falhas foi apresentado na revista Nature Communications, com participação de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA). A técnica, chamada Cornetto, combina sequenciamento direcionado e etapas repetidas de reconstrução para produzir genomas quase completos, corrigindo trechos difíceis de mapear no DNA.
Ao contrário dos sistemas tradicionais, que coletam uma grande quantidade de dados sem distinção, o Cornetto identifica áreas problemáticas e direciona novas rodadas de análise apenas para esses pontos específicos. O processo utiliza a tecnologia de nanoporo, capaz de ler moléculas por meio de variações elétricas, o que reduz custos e aumenta a precisão dos resultados.
De acordo com o estudo, o método diminui lacunas comuns em genomas e permite análises mais completas. O professor Luís Adriano explica que o avanço contribui para entender como atividades humanas interferem no meio ambiente e nos organismos da região amazônica. Já a professora Renata Noronha afirma que a ferramenta fortalece a pesquisa genômica na Amazônia ao oferecer mais precisão no monitoramento ambiental.
A técnica já foi aplicada ao sequenciamento do Geophagus surinamensis, peixe típico da Amazônia. Pela primeira vez, pesquisadores alcançaram uma versão de alta cobertura do genoma da espécie, considerada relevante por estar exposta a impactos ambientais significativos. Segundo Renata Noronha, os dados podem ajudar a identificar genes ligados à resposta à poluição e a compreender como os peixes reagem às alterações provocadas pelo homem.
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